contador de visitas
Selecione o Idioma

Postagens populares

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

EU GOSTO É DE MULHER.

Passei o dia camisolenta, totalmente camisolenta, no mais revelador que esta palavra pode ser. Sigo coselhos de um jovem doutor, mas devo confessar que amanhã não coseguirei ficar assim tão inerte, afinal também tenho amigos para brindar nessa virada de ano e tentar fazê-los entender que não faço planos porque vivo um dia após o outro e não planejo nem vida, nem o que provavelmente virá depois dela. Meu compromisso é com o tempo que respiro e enquanto faço isso labuto, abraço, respeito, divido, educo (ou pelo menos tento) o meu filho e os filhos dos outros e de quebra entre um gole e outro vou tecendo alguns sonhos, sem muitas espectativas para não frustrar e, como diria o " Pessoa", usando as pedras que me jogam... pra construir meu castelo... Mas que porra é essa ??? Que postagem tem um título e começa assim? Calma, muita calma. É o seguinte: quando criei o blog, não me preocupei em ter que "alimentá-lo" diariamente, pois na maioria das vezes, acho tão extremamente pessoal o que escrevo que acabo guardando pra mim, outras vezes é uma bosta mesmo. Descobri, no entanto, que há uma gente que anda me cobrando umas poucas palavras e eu estou com um monte delas dançando em minha mente, mas sem muita paciência de sentar e escrever,porém num repente comecei a perceber que eu, terráquea que sou, comecei a esquecer um monte delas- obóvio- rsrrs!
Na minha mente vinha o porquê de determinadas coisas, entretanto as almas das coisas começaram a perder-se. Não tive outro jeito se não escrever o que lembro que seria minha postagem de uns vinte dias atrás.
Você também deve estar curioso, não? Fico pensando em quantas pessoas acessaram o blog por causa do título...

                                                                 

Começo essa postagem agora. Começo contando como se deu início o sábado que me levou até essa conclusão (o título).
Fui despertada às 08:00h e, acreditem, havia conseguido dormir por volta das 04:00,completamente envolvida em uma leitura excepcional do livro "Materialização do Amor" que narra a vida de Peixotinho. Fui despertada  por ninguém mais que uma das pessoas que muito o conheceu..
Atendi o telefone meio tonta e do outro lado da linha ela exclama - Bom dia, minha linda! Passou a noite bem?- No meu humor que não decansa, respondo - Seu pai deixou muito não, mas que posso eu fazer, né?- Ela sorri e diz- vou logo ao assunto pra poder agilizar...estou com uns cabeludos lindos e enormes aqui no portão, quer comer?-  Eu logo perguntei- Enormes mesmo??- Ela doida do outro lado- São lindos!!- Respondo depois da exclamação da moça - Então pode pegar!- Aí veio o que eu estava esperando- Eu mato e você limpa, certo?- eu cantarolo do outro lado- Lerê,lerê,lerê...vida de negro é difícil...- Rimos e desligamos para acelerar o encontro.
Fiz o que tinha que ser feito e rumei para o território da Lapa. No caminho, recriando os mesmos passos que fiz durante anos aos sábados e domingos, meus olhos marearam e na minha memória veio a minha mais que amada Laís e suas histórias, vieram também sua inteligência e aquela inconfundível risada gorda. Tinhámos uma cumplicidade ímpar, coisa que foi estendida às outras "Peixotinhas". Eu me sentia a filha preta da família e, em muitas dessas tardes nos reuníamos todas e mais outras para uma cerveja gelada,camarões, rabos (rabada) e língua (com batata ou quiabo).
Éramos, na maioria das vezes, apenas nós, mulheres, rindo de nós mesmas, nos expondo, contando segredos para um grupo, nos observando,nos conhecendo, fazendo o nosso "bate- bola" feminino, falando de filhos, ilusões,passado, presente e tecendo esperanças pro minuto seguinte...
Sei que estou delirando, mas levando em consideração que não posto nada há tempos... relaxa.
Voltando ao sábado dos cabeludos, enquanto eu os limpava conversávamos, eu e minha amiga, e ela veio com uma tese bastante plausível de que HOMEM GOSTA É DE HOMEM.
 Sim, eles se bastam,se respeitam, têm uma felicidade única quando juntos, montam um clube só para eles e, podem até casar, ter filhos, mas o sagrado domingo tem liturgia no botequim e sabe com quem??? com os amigos. Eles adoram peitos, mas amiga do peito eles não têm...Tem amigo do peito, saca? Já reparou que entre um cinema com a namorada ou um jogo pela Skay com amigos eles preferem os amigos? Eles dizem que é o jogo,mas não é não. HOMEM GOSTA DE HOMEM.
 Eles, entre eles, são leais (exceto os levianos) são mais legais, mais livres e quando querem exibir seu lado machista fazem com moderação.
Repare bem...é sexta à noite. Ele sabe que a rapaziada irá apara um quiosque " molhar a palavra", mas você quer um vinho, música suave e cumplicidade, e aí? E aí que a mulher tem que ter sensibilidade o suficiente pra saber que sua noite será uma merda, pois ele estará com a cabeça nos amigos. Então, meu bem, nem pense em fazer pirraça, diga sabiamente que você abrirá uma garrafa de vinho em casa mesmo e que outro dia vocês saem. A cara do infeliz é de tamanha felicidade que ele, com me do de uma mudança repentina de opinião, sai correndo como um menino que ganhou sua primeira bicicleta, ou mais, como o adolescente que , na mão, experimentou sua primeira gozada... "Pelamordedeus!!" HOMEM GOSTA É DE HOMEM, desde de meninos.
Ficamos  tentando compreender o fato de termos demorado tanto tempo para entender isso. Tanto tempo para entender que competíamos enquanto eles se adoravam e, entre um tempero e outro para os cabeludos caranguejos, sal, óregano,quentro e tantas outras cositas mais, falamos sobre a "Suplicante" de Camille Claudel, escutamos Beethoven, Vivaldi e lemos um pouco de poesia, artigos, fiizemos confissões a respeito de nossos filhos,choramos, rimos e até sobre as novas regras da gramática discutimos. Enfim, com qual homem teria, eu, uma tarde assim? Qual homem entederia as opções erradas que fazemos, as frases de efeito que usamos, a força que temos, as loucuras que cometemos quando apaixonadas por eles e o tanto de fé e perdão que cultuamos?
Como tudo termina em cama, terminamos com as pernas para cima zapeando canais de cultura na tv e fazendo comentários sobre o que viámos.
Hora de voltar para casa e quando desci do carro, na porta do super mercado, olhei para ela e disse- Eu gosto é de mulher, da mesma maneira que homem gosta de homem. Gosto da cumplicidade sem competitividade. Gosto da amizade, do papo regado a cerveja, da verdade (tão rara).
Gosto de quando não amamos as ideias, opiniões, cultura, gosto, pois isso é consequência e não a causa de estarmos juntas. Gosto de me sentir assim...livre como quem sabe que tem um mundo para voar, mas que sabe que é bem melhor em boa companhia.
Tomara que em breve um homem goste mim como se eu fosse outro. Com trasnparência, amizade e muita, muita cumplicidade.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Para os meninos do Rock, Léo Rossi e Romualdo Braga.

                                                      
Ontem, depois de me emocionar deveras e de uma vez mais tentar entender a diferença que existe entre as pessoas, tive mais uma crise -corriqueira- de insônia. Li, reli alguns artigos para um futuro trabalho, discuti comigo e, cansada de tantos pensamentos dispersos, liguei a televisão e lá estava uma matéria sobre contraventores e o que fora descoberto em suas casas. As quantias me deixaram abismada, pois sou de uma época em que bilhões, trilhões era algo só existente no céu, ou seja, eram números relacionados a contagem de estrelas onde certamente descansavam meu vô, minha vó e mais algumas gentes de idade... Meus amigos, ainda, não viravam estrelas e eu até nem entendia direito o revezamento da humanidade, esse jogo que deixa tanta gente no banco reserva e algumas outras gentes em pleno desenvolvimento de campo. Não serei prolixa. Estou falando de dois jogadores que ontem marcaram um gol inesquecível para dezenas de crianças. Estou falndo sobre quem, sem saber, modificou o Natal de uma gente miúda e colocou em seus rostinhos uma felicidade tão absoluta que contagia e emociona até aquele mais insensível ser .Estou falando de quem disponibilizou seu tempo pra conhecer uma casa que já funciona há tempos levando um pouco de afeto, acolhimento, fé e esperança a uma gente que , com as porradas da vida, acabou perdendo um pouco de tudo isso.
Ontem, depois que eles sairam, começou o que chamo de momento de introspecção. É impossível não se encolher, não se emocionar, não perceber o quanto a gente faz com um pequeno gesto. Impossível também não chorar e não perceber o quanto temos "um tudo", como diria minha vó. Impossível não agradecer imensamente a cada um que levou um, dois ou mais brinquedos e que, com isso, tornou mais leve um dia que poderia, e não foi igual , aos tantos que eles vivem durante o ano.
Obrigada, meninos! Graças a atitude de vocês podemos, nós do grupo, cumprir mais uma missão...Enfeitar com estrelas os olhos de uma gente que veio ao mundo para brilhar como vocês.

Beijo meu !

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

EU SINTO, E VOCÊ?

                                                                                

Tantas são as personagens que rondam minha mente criativa que fico sem saber com qual delas estou familiarizada neste momento.
Não sou Captu, mas carrego esses meus olhos de ressaca. Esses olhos de quem muito bebeu da vida e que se prepara para uma nova  temporada dentro desse meu deserto que me leva a mirar, ao longe, cada vez mais, o teu perdido olhar escondido na aba de um chapéu. Carrego esses olhos que, às vezes, absortos vão tragando do tempo a essência e, entre uma queda e outra, depois da noite insône, confessa que a dor que dói e reverbera é de saudade. Saudade de ontem, saudade do que surpreende, saudade do que se mostra sensível e que deve-se se manter distante- para o bem de todos- saudade límpida e adolescente..saudade que alimenta e encanta.
Sei que carrego, também, esses olhos de cigana oblíqua e dissimulada, que não quer enfeitiçar ninguém, mas que perece daquela troca de olhar. Um olhar que cura o porre da vida com troca, com descanso , com alguma possibilidade. Um olhar que esclareça o porquê dessa minha ressaca no olhar que se faz tão mar ao anoitecer e se deixa marejar pela falta do teu.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

PENSANDO...

                                                                   

De uns dias pra cá tenho me enfeitado de maneira diferente. Tenho procurado dentro de mim um outro tipo de gente que não se pareça tanto comigo e que viva deslumbrada com o que cria. A verdade é que sou uma gente que não se permitiu sentir inveja. Inveja é um sentimento doentio e tirano, mas... tenho andado com uma inveja danada dos amantes. Fico namorando os casais que passam por mim de mãos dadas, com olhos que cumprem promessas e um andar de confiança que meu Deus do céu...dana a doer em mim.
Acho que o nome é carência, ou não. De verdade, na verdade mesmo, nunca me dei atenção nesse aspécto. Acho que solidão é estado de espírito e quase nunca me sinto assim, mas de uns dias pra cá... a coisa parece ter perdido a cor, eu pareço que perdi meu resto de inocência e meu olhar parou pra me ver passar. Talvez seja essa estrada construída para o final de ano. As promessas repetidas, as ilusões transitadas, as necessidades recolhidas durante todo um ano onde repetimos"não tenho tempo pra nada". Será que perdi teu olhar? Será que um instante mágico foi deixado pra depois e eu o perdi?
Hoje senti inveja da atendente do consultório. Ela falava ao telefone com alguém que lhe deu uma noite daquelas que a gente fica lânguida por séculos, sabe? Como se viver não fosse nem mais vital, pois a energia é a troca com o outro.Impressionante é que  suas palavras tinham um tom aveludado de paixão e sexo que me fez criar uma história linda bem no meu dentro de mim e eu percebi que tenho preguiça de sofrer, mas isso também faz parte da respiração. Percebi que lá no meu dentro eu queria poder ter vivido aquilo que ela descrevia ,sem pudor, e que era lindo.
Há coisas que não acontecem quando se é ímpar. Há coisas que imploram por um par. Há coisas que não aconteceram pra acontecer e há outras que precisamos conquistar. Preciso ensaiar mais um olhar que demonstre o que quero, penso e sinto. Preciso afinar mais a fala e estreitar meus gestos. Preciso frequentar outras paragens, preciso me reapaixonar por mim pra que você me veja como sou. Inteira.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

METÁ METÁ

Ontem foi noite de insônia. Mulherzinha pra me enlouquecer essa! Trouxe como companhia alguns versos que , confesso, me expõem demais. Li , reli, me emocionei , baixei músicas... chorei. Gosto de pesquisar e acabei  lembrando de uma cantora que me foi apresentada e encontrei um CD novo dela.
De presente fica pra você uma música que tem um arranjo pra lá de perfeito e uma poesia que gostaria de ter escrito.

PAPEL SULFITE

                                                             

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

E SE ISSO FOR ALGUM DEFEITO, POR MIM, TUDO BEM.

                                                                                                                                     

 Faço coisas que, às vezes, me deixam rindo sozinha. Sou meio despassarada , mas incapaz de não dar ombro, colo, carinho pra quem fica como cachorrinho pedinte abanando o rabo pra mim. Sei que preciso pedir desculpas aos meus mais queridos amigos que me emprestam seus espaços de tempo, mas ontem... ontem foi um dia de muitas indagações, ensaio de porre (ele não chegou a vigorar) e risos de minha criança que chorou- e muito- diante de algumas revelações.
Descobri ontem, enquanto chorava, que há muitos ensinamentos dispersos no mar de minha mocidade. Descobri também que tenho medo de me navegar, pois sou correnteza demais. Descobri que o tempo se encarrega de nos trazer e levar para esse mar de descobertas e, que no meu mais interior há resquícios do que nunca fui e que amadureci , mas não me permiti endurecer. Descobri que tudo em você independe do que quero e que quando sou deixada de lado imediatamente um dispositivo dentro de mim é ativado, e eu tenho a tendência de repudiar o outro por tempo indeterminado. Descobri que a gente tinha a capacidade de achar, quando criança, que padre não peca, que espírita é um ser de retidão e que amar é para sempre. Não nos ensinam , na infância , que pra sempre é sempre por um triz. Descobri que minha vida é tão preciosa que nada me mantém ,por tanto tempo, infeliz.
Por fim, descobri, enquanto ria, que nada de tão tolo pode nos fazer perder o ar, que nas pequenas emoções estão os mais eternos instantes e que a minha criança  interior não se envergonha de ainda ser e me carrega pelas mãos para brincar nesse parque de diversões que é a vida. 
Obrigada aos que gozam dessa roda gigante comigo!!                                        
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                              

terça-feira, 22 de novembro de 2011

AMANTES

                                                                      

Agora sou nada
Nem atrevida
Nem bizarra
Sou um anuncio no
Jornal da praça
"Procurada" como caça.
Agora ainda espero tudo.
Depois do gozo
A luz nos leva ao escuro
Amantes dormem juntos - em sonho-
E acenam pro instante presente
Sabem , em silêncio,
Que não há futuro...
E que o próximo encontro
Poderá ter um ausente.

                                                  das preta

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

VIVER É PRA QUEM NASCE E SE SURPREENDE COM ISSO TODOS OS DIAS

                                                                                  
A melhor coisa da vida, depois do encontro, é o reencontro. Gosto de reencontrar pessoas, de ouvir o que elas têm pra me mostrar, de me encantar com elas e de , no dia seguinte, poder tirar proveito de algo que tenha ficado em mim.
Pessoas são, às vezes, meio evasivas, se colocam em postura de superioridade, mas na hora da cólica, o destino é o mesmo.
Devaneios meus de impressões do fim de semana. Serei breve para narrar o que vi, senti e vivi.
Fui ao teatro e assisti ao espetáculo "Juventude Interrompida". O que falar do que foi apresentado naquele palco? Simplismente DIVINO! Mais que um exercício, uma direção irretocável,uns atores conscientes e desprovidos de qualquer preconceito. Atores de verdade, cheios de cumplicidade e de precisão. Sabiam o que estavam fazendo e faziam com tanta naturalidade e maestria que Romeu era Romeu e Julieta Julieta independente do sexo dos atores, pois em cena quatro rapazes interpretando Shakespeare de forma tão inusitada e transparente que minha alma toda ficou em estado de levitação e não pude resistir a uma esticada para tentar ver um olhar...
Te ver era uma coisa muito desejada. Não consigo frear meus desejos. Tenho uma sede imensa de tudo e me sinto carente de abraços e transições. Vim ao mundo para viver e ser feliz, mas não me imponho essa felicidade de comerciais de televisão. Minha necessidade é mais interna. Meu carro do ano é teu olhar, minha casa em Búzios é um abraço teu que aquece minha pele e arrepia todo meu interior.
Gosto de saber que a vida é uma surpresa e que isso me faz entendê-la melhor. Sou artista e náufraga de mim. Sou poeta e espiã. Sou boêmia e apaixonada por botecos e espero um clássico de rock no fim da noite pra saber que os embalos de sábado continuam e que continuo "carregando carências que só um noturno de Chopin pode aquietar.
Algumas coisas, em mim, só são amparadas pelo sorriso de quem, por agora, me seduz e tenho que dizer que seu olhar quando me olha, me molha e ele nem sente.
Tudo em mim é pra mim. Tudo em você está para você como a vida , que é tua, está para mim. ( Que brê é esse??)
Quero ser ,cotidianamente, enfeitiçada pelo mundo. Não me importa se o que vou construindo é de areia. Sei sonhar e gosto dessa possibilidade de encanto. Nada de nossa fala é direta e isso surpreende os próximos dias, mesmo que eles não aconteçam...
Ser livre pode ser algo muito perigoso. Então, de vez em quando, me prendo a alguém dentro de mim e só pra mim.( tudo é por minha conta e risco). Não acredito em cara metade, Deus me fêz inteira e perfeita e se algo me falta, certamente, não estará no outro e sim em mim que sou um labirinto de possibilidades. Não gosto de indiscrição, não gosto de amarras, gosto de mãos e gosto muito. De gaiolas... quero distância... Preciso de espaço para ter espaço, mas se for pra me prender em algo, por um breve e eterno espaço de tempo..que seja entre suas pernas e se for pra escutar a sua voz fora das canções, que seja pra me desejar..."bom dia!" 

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

DA SÉRIE: ELA É CARIOCA

Minha vida está um caos- no que diz respeito a arrumação-. Depois de uns 40 dias de obra a vida parece querer voltar ao normal, mas sabemos que desarrumar é facílimo e que reorganizar é tarefa para uma gente com tempo e paciência de sobra - volterei nas próximas encarnações para exercitar ambos- e que eu, infelizmente não tenho.
O assunto é que ontem, enquanto organizava ,em pastas, vários riscos e rabiscos, encontrei algo que escrevi quando em 2007 assisti no Canecão ao show do meu marido, Chico Buarque - ele não sabe disso-. Gostei do que li e lembrei de cada detalhe daquela noite em que reencontrei alguém que encontrara na minha meninice e que acabou sendo meu eleito até que um tipo de morte nos separou.
    
                                                     SORTILÉGIO DE CHICO

 Numa noite dessas em que tudo pode acontecer, deixei o desejo ser mais forte que a vontade. Teci para mim mesma um sortilégio em que me prometia uma arrebatadora explosão. Vesti-me de luz, brilho e esperanças. Canalizei apenas pensamentos bons e libertei-me de meu passado e de meus fantasmas. Prometi e cumpri não chorar por um amor e deixei-o lá em meu relicário me permitindo ser conduzida pelas mãos das novas possibilidades.
Invadi, soberana, o mágico e musical ambiente. A música era concreta e fazia aguçar em mim uma vontade de ser minha novamente e me reencontrar repleta de planos futuros.
Observei cada detalhe daquele espaço onde veria , pela segunda vez, meu ídolo. Sabia, lá no meu intimo que quando o escutasse de viva voz ficaria embriagada e emocionada.
Sentada em meu lugar escolhido e bem perto do palco fiquei espectativamente aguardando aqueles olhos verdes de ardósia iluminar a paisagem tão esperada por mim.
O show era "Carioca"e, sem dúvida, levaria ao meu íntimo mais que melodias.
O pedido feito ao garçom deixou todos estupefatos. Pedi um refrigerante, pois não queria que nada desviasse minha atenção. Queria estar embriagada de sua poesia e voz. Me prometi lucidez e enquanto ele cantava eu ouvia "as declarações mais belas de um sonhador Titã". Meu peito dava "nó em paralela" e naquele instante eu era sua maior fã...
Várias músicas interpretadas e "na rádio cabeça" todas que eram tocadas me remetiam a algum instante do tempo onde fui qualquer coisa ou sentimento com "todo sentimento".O mundo parecia ter parado e só existia aquele momento. "Eu era o seu pião, seu bicho" e ele o meu preferido que atravessava a janela de meus olhos só para eu "ver a banda passar falando coisas de amor..."
Ao som de "Fado Tropical" meu "Folhetim" desfiou tim-tim por tim-tim esboçando meus "Anos Dourados", minhas "Vitrines querendo passar"
Eu que não cria em Deus "ergui as mãos para os céus e agradeci por estar ali como se fosse num romance." Imaginei  "o homem dos meus sonhos me aparecendo num dancing."
A minha alma e cabeça já estavam "pelas tabelas" procurando "com açucar e com afeto" "qualquer amor".
Chegava o momento final do show e eu ia reforçando meu sortilégio: Ser feliz, mesmo por um triz. Toda a mulher que ali estava "vivia a te buscar e pensando em ti, corria contra o tempo".
Dentro de mim um medo enorme de nada acontecer...Cale-se!! preciso do bis !!e minha alma doida gritando..."Vou voltar/haja o que houver/eu vou voltar.."
Finda a festa . Levitação bestial. O que é amor? O vento batia em minha cara como se fizesse uma transformação ou me conduzindo pra uma nova viagem.
Depois de muito caminhar cheguei a um lugar com mais música,música, música. Era isso que eu queria, mais música.
Uma hora depois de me encontrar naquele Rio Scenarium, entre uma valsa e outra ,achei o meu par. Éramos dois olhos. Dois sedentos e grandes olhos se encontrando pela 1° vez. Éramos uma grande vontade de tudo.
Mudos. Completamente mudos. Ficamos assim por um tempo como se tivéssemos desejado a noite inteira a mesma coisa.
Estava realizado o sortilégio. Encontrei uma parte que podia se repartir pra mim. Encontrei um ser inteiro e me fiz inteira pra esse acontecimento.
"Lhe dei meu corpo, minha alegria em troca ele me amou tanto e de tanto amar achava que eu era bonita. Fizemos amor como quem tropeça nas estrelas e andávamos pela casa como que flutua."
Era o meu romance e ele me apareceu num dancing e eu disse "sim". Tornei-me sua amiga, sua comida, sua irmã seu incesto. Perfeita...igualzinha...traiçoeira, cria da sua costela. Ele estava lá, outra vez, no lugar que era todo seu, de volta para o Rio.
Vivi os dias mais dourados de minha vida, mas ele foi sumindo...por aí e me mostrando que a cidade é um vão... Olha a voz que me resta, a veia que salta, a gota que falta pro desfecho da festa.
Te deixei jurando nunca mais olhar pra trás, mas é tanta saudade...é pra matar...
Melhor mesmo é isso: deixar em paz meu coração e entender que nos amamos feito dois pagãos.
Agora me diz...pra onde ainda é que eu posso ir?

                                                                             

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

EU QUERO ME LIBERTAR

                                                            
Não sei de quantas amarras é feita a vida. Ser livre é pretensão de qualquer mortal, mas às vezes ficamos solitários com liberdade demais, sei lá. Há liberdade demais?
Sinto-me livre, de verdade, mas algumas vezes as amarras do outro faz você bloquear desejos, faz você repensar possibilidades, faz você se lapidar e perder a essência por se vigiar demais.
A semana que passou foi cheia de surpresas, cheia de gratas surpresas musicais, cheia de confissões e novidadeiras declarações de ciúmes. Acho ciúme uma coisa tão desmedida. Como você pode ter a ousadia de se apossar da vida alheia? Como você pode pensar que tem o direito de trazer para si um ar que não é o teu? Sei que por ter um exercício de liberdade incomum- isso nem chega a ser opção, é o que é- algumas pessoas ignoram o fato de não me conhecerem de verdade e se enchem de achismo a respeito de como sou. Como podem querer desvendar um mistério que nem eu, dona dele, consigo?! Gente doida essa...
Voltando a semana... O show em homenagem a Divina Elizeth foi de tirar o fôlego. Eliana arrasou e conseguiu o que ,na verdade, é o coração  projeto. Dar um tom de teatro ao lance. Foi lindo!!
Depois de um tanto de lágrimas foi a vez de matar saudades de amigos, de dar vaga ao saudosismo e a nostalgia, de fazer uma grande viagem aos anos 80, na Festa Naftalina regada a muita cerveja gelada, Legião Urbana, Capital Inicial, Frenéticas e um montão de Kid Abelha. Como é bom ter o corpo bailando no que gosta. Matei a saudade de mim. Matei a saudade que estava de alguns amigos que vejo pouco, me alimentei da essência que ainda nos resta e sai de lá à francesa como cabe a qualquer um que permitiu que a nostalgia lhe saisse pelos olhos...
No sábado, todo mundo espera alguma coisa à noite, tudo pode mudar, não?
Noite de rock no SESI. Não podia deixar de ir. Seriam releituras de clássicos dos anos 70 e com uma gente no palco que também me provocaria nostalgia. Lá fui eu pra mais um encontro comigo. Raro encontro em que também revi, de longe, amigos que não via há tempos. Na cabeça um filme antigo passava e eu, mais uma vez, deixei que as salgadinhas viessem à tona e lavassem minha alma. Vê-los no palco, lugar mais que sagrado pra mim, foi de uma magia inenarrável. Fico curiosa de saber qual a sensação de cada um... o riso e a cumplicidade entre eles é de fácil leitura o que, certamente, torna ainda mais sensível a apresentação.
Não estou fazendo critica. Estou perpetuando minha festa interior de um fim de semana pra lá de inusitado.
Por falar em inusitado e dar fim a esta postagem preciso escrever sobre o quanto é bom flutuar. O quanto é bom ser surpreendida, o quanto é bom poder ser engolida pelo teu olhar. Me senti ,no sábado, como uma adolescente que, com medo do tempo, se rende ao mesmo e se deixa libertar.

PS: " Eu gosto dos que têm fome
        E morrem de vontade
        Dos que secam de desejo
        Dos que ardem..."

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

CUMPRINDO PROMESSA

 Uma vez me perguntaram se o que eu escrevo é confecional e eu respondi: nem sempre. No caso desse poema nunca passou pela minha cabeça que ele pudesse ser dedicado a alguém. Nunca pensei que, talvez, lá no meu interior morasse o ser que não habitara em mim...
De qualquer forma cumpro o prometido e posto para que você faça a sua análise, mas não crie espectativas... Pode até ser para você (rsrrsrsr).

                                           DESCOBRIMENTO DE MIM

                                                                             
ENVOLVA-ME EM TEUS BRAÇOS
E ENSINA-ME A VOAR
ELEVA-ME A POSSIBILIDADE DE SER PÁSSARO
POSSIBILITA-ME A MAGIA DE VIAJAR EM TEU CÉU
SINALIZE AS PARTICULARIDADES RECONHECIDAS
EM NOSSAS ROTAS
RECONHEÇA AS DISTÂNCIAS
OS SONS DAS VOZES QUE ESCUTEI
OU VÁ À PUTA QUE O PARIU... E SEJA MODERNO
ME LIGA
ME TELEFONA
ME ACIONA EM TEU E-MAIL
ME CONVIDA PRA ESSA “DESPOESIA” DE FACEBOOK
MAS NÃO ME DELETE MAIS
NÃO ME ESCRAVIZE MAIS A ESSA ANGÚSTIA DAS HORAS
A ESSA INSENSATEZ DAS DEMORAS
A ESSE MUDO TELEFONE QUE NÃO TOCA
ME NAMORA ...VEM...
COMO ESFINGE
ME DEVORA TAMBÉM
ME ADORA
ME DEFLORA
OU DEFINITIVAMENTE
ME MANDE EMBORA
MAS SE FOR PRA FICAR
POETIZE
VINHO BRANCO
PÉTALAS DE ROSAS
CIGARROS DEPOIS
MAPEIA-ME
DE NORTE A SUL
ME DESPE
DE LESTE  A OESTE
DEMARCA-ME
REDESCUBRA-ME
FINQUE EM MIM
SUA BANDEIRA
E MOLHE MEUS LITORAIS
SEJA MEU PADRE JESUÍTA
E EXPULSE OS ANTIGOS COLONIZADORES
QUE ANTES ME AVISTARAM E GRITARAM
SEXO À VISTA !!
ME CAMINHE
ME DESENCAMINHE
CAMINHA AS MINHAS TERRAS
MANDANDO NOTÍCIAS
QUE AQUI EM SE PLANTANDO
EU VOU TE DAR
VERÁS MINHAS PERNAS EM CRUZ
APONTE MINHAS RIQUEZAS
MEUS PEQUENOS E GRANDES MARES
MEU TIÂNGULO SEM BERMUDAS
MINHAS ILHAS
CAMINHE MILHAS E TRILHAS
PARA QUE EU TE DENOTE
TRAGA TODAS AS NAUS
ATÉ A BOCA DO RIO
E QUANDO AVISTAR-ME MONTE
SEJA CABRAL
PASCOAL
NICOLAU
MOLHE TODO MEU MAR
NAVEGUE-ME
QUANDO ME REPOUSAR
SEREI TEU PORTO SEGURO
TUA BAHIA DE TODOS OS SANTOS
PRA VOCÊ ATRACAR
ANCORAR
APORTAR
QUANDO ME COBRIR
VERÁS QUE SÓ FALTAVA VOCÊ
PRA ME HABITAR.



                                                                                          DAS PRETA.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

TÔDOIDA@.COM.BR

                                                                            

Há dias em que escrever pode parecer uma revelação. Há coisas que ficam melhores  guardadas e silenciadas para não causarem danos.
Dentro de mim existe uma série de coisas não vividas, mas com posssibilidades futuras de novos estágios. Conversava com um amigo num  dia desses quando ,de súbito, o moçoilo me dissse que existia em  mim um ser que ora era forte e ora por demais frágil. Sou assim. Exatamente assim...humana. Não me resguardo de nada que a vida me oferece e quando aceito um presente faço dele uma festa até desgastá-lo. Quando esse presente não é de vidro ele não quebra, não desgasta e continua ali para ser acariciado, tocado, manuseado, vivido e respirado. Somos o que somos em cada situação. Depois de uma certa idade a única pessoa que nos engana é aquela que habita nós mesmos . Sabemos o que existe atrás de cada intenção e se nos permitimos ir além daquilo que somos capazes de encarar, isso  não pode, jamais, ser visto como uma escolha em conjunto. Somos donos únicos e exclusivos do nosso querer, da nossa vontade, da nossa tesão e se partilhamos com o outro tudo isso é porque ,antes de nos entregarmos, já sabiámos que iríamos...e por nós.
Já sei que você deve estar pensando que estou doida e que não estou escrevendo coisa com coisa. Você quase tem razão. Tem um monte de coisas que gostaria de poder escrever, mas ainda não consigo sem deixar explícito que é para mim mesma e não pra você que faz parte, hoje , dessa minha escrita.
Sabe quando as coisas bastam pelas impressões que deixam e só? Gosto não. Gosto da coisa bem exposta, bem dita e direcionada. Respondo qualquer coisa sem constrangimento e deixo o outro constrangido com minha resposta , pois ele esperava que eu fosse "blasé" da mesma forma que ele é. Não sou. Não consigo e, acredite, fico cinza com isso.
Na vida há coisas que nos são cobradas...e muito. Mulher ,por exemplo, não pode manifestar seu desejo da mesma forma que o homem. Isso é doido! Somos animais iguais e se pra ele é permitida uma certa impunidade afetiva quando ele demonstra esse sentimento por outro que não é o seu companheiro, porque  na carne feminina esse desejo é visto como algo devasso e vulgar?
Deixo no ar essa pergunta. Se puder me responda, pois preciso de opiniões.
Quanto aos encontros... cada um  sabe o que é bacana pra si. Cada um sabe que tudo pode começar bem e terminar melhor ou não. Cada um sabe que a vida não é um conto de fadas e vê-la assim pode ser f%d@ no final.
Eu prefiro ter o sabor do encontro que me disperdiçar em degustações imaginárias. Prefiro morrer pelo meu excesso que pela minha contenção, mas como não vivo em uma ilha vou driblando a regra e fazendo de conta que esse roteiro, que está em minha mente há anos, não pode ser apresentado não.
Ainda me morro com esses filmes nunca rodados.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

DEPURANDO SENTIMENTOS

                                                                                              

Reconhecer no outro a sensibilidade que  ele faz questão de não demonstrar é uma tarefa árdua. Algumas pessoas parecem ter pego uma condução horrorosa para aterrisar no planeta e quando aqui chegam fazem uma questão absurda de permanecerem obtusas... Conheci uma gente assim há algum tempo e prometi a mim mesma que não teceria  comentário algum a respeito dela, mas na madrugada que me abrigou recebi uma mensagem que parecia um pedido de socorro e ,despassarada que sou, pensei que fosse engano... "Nananinaninanão". Era o moço de humor desviado perguntando se eu podia ter um dedo de prosa com ele. Tudo bem- disse eu- quando? Agora - disse ele-. Fiquei estática e completamente sem ação, pois na minha cabeça seria uma prosa pra qualquer dia e não algo repleto de urgência. Respirei fundo e disse: tudo bem.
Pularei o rumo da prosa por conta "di quê" era de um particular comovente. Escreverei, apenas, sobre as imprenções que ficaram, entende?
É incrivél a capacidade que temos de não ver o outro atrás da muralha que ele constrói. Sei que, na maioria das vezes, estamos tão preocupados em nos proteger que o que apresentamos não é defeito é defesa.
Na minha frente tinha um homem com muita raiva e medo. Tamanha responsabilidade a minha . Como dizer pra ele que a vida algumas vezes é reflexo de nossas escolhas, mas que outras vezes é inerente mesmo e que as coisas todas tem seu objetivo e que chega uma hora em que temos que pedir ajuda e abrir mão de nossos preconceitos?
Nunca pensei que fosse tão dolorido assumir a proópria sexualidade em pleno  século xxi...
Fiquei escutando cada palavra, observando cada gesto e pensando:- Por que eu fui a escolhida? Tô ficando nervosa..."
Depois de deixá-lo falar por algum tempo e escutar confidências que darão tempero pra mais de metro de postagem, convidei-o para um café e disse, entre uma passada de manteiga no pão e uma arrumada no pensamento... - Melhora quando a gente fala, vixe? e rimos.
Naquele instante, também eu, percebi que tenho muralhas em mim, que danço quase feliz mas que também tenho medo e raiva por não assumir o quanto é ruim não se ter um amor. Por causas externas o moço/homem/menino em questão engavetará mais um romance não assumido. Não ppoderá experimentar, ainda, um relacionamento. Por causas internas eu não consigo me encantar ou me fazer encantar. Pessoas temem gente de personalidade como a minha... Descobri que tenho medo e raiva também e que ,no fundo, no fundo, o que mais assombrava aqueles dois seres na mesa de café era o fantasma da solidão.
Pelo menos agora temos um ao outro...se precisar de ombro tem o meu... que, certamente, usará o teu no final e de quebra te chamará de anjo. Exatamente como você fez comigo.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

DIA DA CULTURA

SESI CAMPOS APRESENTA


ADRIANA MEDEIROS EM:





"UM DEDO DE PROSA E UMA ALMA DE POESIAS MUSICAIS"

DATA: 05/11/2011

HORA:18:00H



UM TEXTO REPLETO DE PROSA E POESIA QUE FAZ UM PASSEIO PELO COTIDIANO E REVELA, DE MANEIRA POÉTICA, AS MAIS VARIADAS FORMAS DE RELACIONAMENTO, DE ENCONTROS, DESENCONTROS, BUSCAS E RECOMEÇOS ENTRE AS ALMAS HUMANAS.


TEXTO DE: ADRIANA MEDEIROS E FERNANDA HUNGUENIN

CONCEPÇÃO DE MONTAGEM: ADRIANA MEDEIROS E ALEXANDRE FERRAN

DIREÇÃO: ALEXANDRE FERRAN

IMAGENS: CÂNDIDA CLARET

ILUMINAÇÃO: ALEXANDRE FERRAN

SONOPLASTIA: RENATO ARPOADOR

POEMA: QUEM ÉS TU / JEFFERSON SERPA


terça-feira, 1 de novembro de 2011

PRO MENINO DE 1966

                                                                                                                         

Não podemos negar que há dias em nossa vida que nascem pra nos surpreender. Sinto-me, às vezes, com uma certa distância do mundo real e claro que isso é típico dos artistas.
 Artistas românticos guardam flores dentro de livros e, acreditem, lembram-se de quem as presenteou. Não, você não me deu flores. Você nem atravessou , da maneira que eu planejara, meu caminho. Sempre te olhei de longe , de forma platônica, mas sempre soube que no dia que pudesse, fosse em que órbita fosse, prepararia meu mais sincero sorriso e te roubaria pra mim...- mesmo que fosse uma roubada-.
Assim fiz, que não estou morta nem nada, fiquei te namorando por um tempo parado -quando o tempo parece que não se move-...é bom quando o tempo se transforma em nosso aliado e nos permite viajar.
No meio de uma noite, que fique sabendo, mágica e patrocinada com melodias que me faziam rir só pra você , meu corpo atreviadamente se enroscava ao daquele "menino" que foi o meu eleito, de maneira por demais  despreocupada com os que ali estavam.
O menino que habitou tantas vezes minha cama no passado- em meus sonhos- olhava pra mim de maneira a me fazer tremer... A calma foge da gente e nos deixa impetuosamente mais sensuais. Era quase um balé o que faziam nossos olhos e é claro que vou fantasiando mais e mais... Posso fazer isso, não?
Na realidade já tínhamos nos beijado antes mesmo do primeiro beijo. É fascinante a capacidade que temos de sermos racionais quando o corpo clama o toque e a emoção fica estancada pela razão e a gente finge que não goza... Se permitido fosse, o mundo teria se congelado naquele instante e só nós dançaríamos nas nuvens que enfeitavam a noite sem luar.
Confesso que fui pra cama com teu cheiro, Fui pra cama com teu olhar. Fui pra cama com uma adolescente que me habita a alma e que foi despertada por um menino de 1966... Fui pra cama com a certeza que dá pra voltar no tempo e se encantar outra vez.
Ai, então, corajosamente deixo a vontade vibrar, apesar de um certo medo não justificado, e vou vivendo esse novidadeiro encantamento uma vez mais, já que mais uma vez fui por ele  convidada,  finjo um pouco de resistência, - é de bom tom- mas com a certeza de que será difícil para sempre negá-lo. É que o menino de 1966 fez aniversário de guerra e eu me deixei com ele confrontar...
Afinal no corpo a corpo existe um certo interesse na disputa.
Aguardo as armas que seremos capazes de usar.

Até o próximo rock !

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

DIA D

Fui apresentada a Drummond no colegial - acho que ninguém fala mais assim - e depois disso passei a ler qualquer coisa que me mostrasse aquele eu todo retorcido. Hoje sei o quanto todas as suas poesias ajudaram a construir essa aprendiz de poeta que habita o meu mim.
Agora o Instituto Moreira Sales faz uma homenagem ao poeta maior, ao poeta da pedra no caminho, ao poeta de uma cidade de milhões de habitantes e que sente sozinho.
Feliz aniversário, Carlos! Que a gente comemore com poesias o seu dia...

                                                                       
Por muito tempo achei que a ausência era falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a branca, tão pegada,  aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

domingo, 30 de outubro de 2011

SÁBADO TUDO PODE MUDAR

                                                                                    

Todo mundo espera alguma coisa do sábado à noite. Eu não. Fico em casa camisolenta entre livros, sonhos e futuras decisões.
Ontem foi dia de teatro. Savana Glacial. Texto bastante intrigante e que rendeu uma boa prosa que seguiu até às 4:00h da matina.
Há algum tempo não ficava na rua até tão tarde e, não por acaso, acabei diagnosticando, uma vez mais, o vazio que existe quando estamos no meio de uma multidão. Tudo parece tão repetitivo e as pessoas parecem mais solitárias que nunca. Fiquei boa parte do tempo observando uma gente que se atropela, se repete, se consome... me vi parecida com eles e tive uma vontade enorme de fugir para dentro de mim e senti um grave sintoma de saudades daquele por quem me encantei.
Hoje revi fotos, reli cartas, fiquei naquela ocupação de nostalgia e arrumações para ver o tempo
lentamente passar.
Nada parece muito eficiente e até a escrita está meio desconexa e lenta.Tentei jogar algumas coisas fora ,mas tenho uma tendência nada normal de esticar as coisas até o mais que posso.Faço isso até com pessoas. Vou esticando minhas relações de modo a ficar com alguns entulhos humanos presos a mim.Fico esperando sempre por uma certeza e vou prorrogando , de alguma forma, a companhia delas.
Neste sábado, em especial, decidi fazer uma limpeza e descartar de minha convivência aquela gente que emana energia negativa sobre a gente.
Ainda falta muito, mas esse é um novo começo e só de ter essa disposição já me garante um domingo de reconstrução e de deixar falar mais alto a voz do coração.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

DÁ UM ABRAÇO !!!

Prosear é uma das melhores coisas que há no mundo, não acha?
Ontem proseava com um amigo enquanto arrumava umas gavetas repletas de nostalgias. Em  determinado instante ele me disse que uma das coisas que mais o revigora é o meu jeito de abraçar. Olhei pra ele meio surpresa e perguntei - como assim?- ao que me respondeu:-  inteira, você abraça sem medo, com devoção e eu acabo às vezes sentindo uma agonia porque não tenho vontade de largar...-
Ri daquilo que ele me disse, pois me é tão natural tocar e grudar meu coração no outro que tenho a sensação de que pra todos é assim.
Há pessoas que correspondem tão igual a mim que muitas vezes tenho ímpetos de ligar para elas só pra dizer que preciso ,desesperadamente, me aninhar por segundos em seu abraço.
Existe um amigo em especial que me faz essa troca e é para ele tudo isso que posto agora. É para trocar um abraço mais tarde no Barbearia...é pra poder sentir meu coração batendo no mesmo  compasso com o dele, é pra poder exercitar o afeto e a necessidade de não me tornar um ser frouxo.
Então não vou me dar ao trabalho de escrever muito. Vou apenas me resguardar para o abraço de mais tarde... e que seja com especial gosto de aconchego.

                                                                           

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

PRA SEMENTE

Não costumo acreditar muito em bruxas, mas que elas estão soltas...estão. Nunca tive tanta certeza de que a energia emanada pelo outro, quando negativa, te rouba a tranquilidade e te faz ficar encolhida.
Sei que é uma fase, mas eta lelê... tá demorando pra passar.
Estou fazendo muitas coisas juntas e com a minha mania de perfeição acabo tecendo uma espectativa que me suga forças e há também uma gente que te vampiriza tanto que deixa desalhinhado os chácaras todos.
Fiquei pensando, depois que recebi de um amigo, um email/poema, em o porquê de minha necessidade de escrever. Talvez eu faça uso da escrita para tentar me socorrer, talvez por uma timidez que as pessoas nem imaginam que eu tenha ou talvez para tentar me perpetuar e ficar pra semente (rsrrsr).
Já escrevi de um tudo. Escrevi receitas, frases desconexas, cartas de amor, prosa e poesia. Escrevi pra mim e acabei deixando de presente pra você. Escrevi meus amores, dores e orações.
Quando escrevo me declaro, me revelo e me conheço um cadinho mais, mas estou sem repertório, acredita?
Neste instante escrevo porque muito me incomoda uma página em branco. Vou rabiscando sem saber qual resultado terá. Vou me deixando levar pela insônia e pela noite que se esvai silênciosa.Talvez estude mais um pouco meu texto... talvez não faça nada e fique sonhando meus planos futuros.
É preciso mais que coragem para escrever. É preciso não envelhecer a alma. É preciso acreditar que enquanto você chora a natureza te conduz e, como está no email, te revigora.
Envelhecer é a toda hora.

                                                           

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

UM LUXO !!

Estou passando por dias de grande inferno astral... Dias de muitos desenganos..Dias tristes.
Quando estou assim as palavras me fogem. Sabem que não farei bom uso delas e que tudo circulará no mesmo lugar.
Não costumo despejar meus dejetos em qualquer espaço ou coração e nem os lanço sobre pessoas que nada tem com minha desenfreada posição momentânea.
Pensando nisso e , tentando responder aos meus,decidi postar algo que recebi e que esclarece um pouco de minha inclusão em meu interior e minha forçada parada na escrita...
Não te vejo como um depósito e , sendo assim, me calo e penso sorrindo que o meu silêncio é um luxo !

                                                                   

"Um dia peguei um táxi para o aeroporto. Estávamos rodando na faixa certa quando um carro preto saiu de repente do estacionamento direto na nossa frente.
O taxista pisou no freio bruscamente, deslizou e escapou de bater em outro carro; foi mesmo por um triz! O motorista desse outro carro sacudiu a cabeça e começou a gritar para nós nervosamente.
Mas o taxista apenas sorriu e acenou para o cara, fazendo um sinal de positivo. E ele o fez de maneira bastante amigável.
Indignado lhe perguntei: 'Porque você fez isto? Este cara quase arruína o seu carro, a nós e quase nos manda para o hospital?!?!'
Foi quando o motorista do táxi me ensinou o que eu agora chamo de "A Lei do Caminhão de Lixo.”
Ele explicou que muitas pessoas são como “caminhões de lixo”. Andam por aí carregadas de lixo, cheias de frustrações, de raiva, traumas e desapontamentos. À medida que suas pilhas de lixo crescem, elas precisam de um lugar para descarregar e, às vezes, descarregam sobre a gente.
Nunca tome isso como pessoal. Isso não é problema seu! É dele!
Apenas sorria, acene, deseje-lhe sempre o bem, e vá em frente. Não pegue o lixo de tais pessoas e nem o espalhe sobre outras pessoas no trabalho, em casa ou nas ruas. Fique tranquilo... respire e deixe o lixeiro passar.
O princípio disso é que pessoas felizes não deixam os caminhões de lixo estragar o seu dia. Estamos nesta vida de passagem, não leve lixo com você!
Limpe os sentimentos ruins, aborrecimentos do trabalho, picuinhas pessoais, ódio e frustrações. Ame as pessoas que o tratam bem. E trate bem as que não o fazem.
A vida é dez por cento do que você faz dela e noventa por cento da maneira como você a recebe!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

PRA MIM, BASTA O ESSENCIAL

                                                                                

"Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.

Tenho muito mais passado do que futuro.

Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.

Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.

Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.

Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.

As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana, que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade...

Só há que caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.

O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial."

                                                                    Mario de Andrade.

INANIÇÃO

Minha escrita está em fase de silêncio. Eu inteira me sinto assim...
Escuto músicas. Faço viagens pouco criativas dentro do meu mim e vou... esperando o tempo passar de maneira humana. Respiro... e é só nesse processo que me sinto viva.

                                                                           

terça-feira, 18 de outubro de 2011

DIVAS





No dia 14/10 passei por mais uma experiência inesquecível no meu fazer teatral. Interpretar a talentosa e apaixonada Dolores Duran foi uma tarefa prá lá de emocionante, mas também de uma dedicação solitária e hercúlea, pois muitos foram os problemas para nos tornar difícieis os ensaios.
Quero aproveitar a existencia desse meu espaço para agradecer a presença de cada pessoa que tornou possível a apresentação.
Costumo dizer que o palco não existe sem a platéia  e que a arte não sobrevive sem os dois. Dessa forma agradeço a cada pessoa que lá esteve e que me presenteou com aplausos, carinho e os mais ternos olhares (com algumas excessões, claro).
Espero que na  próxima apresentação encontre cada um de vocês na platéia para aplaudir a Divina Elizeth Cardoso na pele de Eliana Carneiro no dia 11/11 às 20:00h no Espaço Plural do SESC...
Conto com sua presença.


segunda-feira, 17 de outubro de 2011

É POSSÍVEL RIR DELA

Recebi de uma amiga a charge que publico aqui. Nem entendi direito de quem se trata, mas como achei muito interessante pensei em dar um pouco de alegria a vocês nesta segunda tão cinza e que nem por nada eu conseguiria colorir de azul-avatar.

                                                                    

SER CHIQUE

                                                             Nunca o termo "chique" foi tão usado para qualificar pessoas como nos
dias de hoje.

A verdade é que ninguém é chique por decreto. E algumas boas coisas da vida, infelizmente, não estão à venda. Elegância é uma delas.
Assim, para ser chique é preciso muito mais que um guarda-roupa ou closet recheado de grifes famosas e importadas. Muito mais que um belo
carro
Italiano.O que faz uma pessoa chique, não é o que essa pessoa tem, mas a forma como ela se comporta perante a vida.


Chique é atrair, mesmo sem querer, todos os olhares, porque se tem brilho próprio.

Chique mesmo é ser discreto, não fazer perguntas ou insinuaçõe inoportunas, nem procurar saber o que não é da sua conta.

É evitar se deixar levar pela mania nacional de jogar lixo na rua.

Chique mesmo é dar bom dia ao porteiro do seu prédio e às pessoas que estão no elevador.
É lembrar-se do aniversário dos amigos.

Chique mesmo é não se exceder jamais!
Nem na bebida, nem na comida, nem na maneira de se vestir.
Chique mesmo é olhar nos olhos do seu interlocutor.É "desligar o radar", "o telefone", quando estiver sentado à mesa do restaurante, prestar verdadeira atenção a sua companhia.
Chique mesmo é honrar a sua palavra, ser grato a quem o ajuda, correto com quem você se relaciona e honesto nos seus negócios.
Chique mesmo é não fazer a menor questão de aparecer, ainda que você seja o homenageado da noite!
Chique do chique é não se iludir com "trocentas" plásticas do físico...
quando se pretende corrigir o caráter: não há plástica que salve grosseria, incompetência, mentira, fraude, agressão,
intolerância, ateísmo...falsidade.
Mas, para ser chique, chique mesmo, você tem, antes de tudo, de se lembrar sempre de o quão breve é a vida e de que, ao final e ao cabo,
vamos todos terminar da mesma maneira, mortos sem levar nada material deste mundo.
Portanto, não gaste sua energia com o que não tem valor, não desperdice as pessoas interessantes com quem se encontrar
e não
aceite, em hipótese alguma, fazer qualquer coisa que não lhe faça bem, que não seja correta.
Lembre-se: o diabo parece chique, mas o inferno não tem qualquer glamour!

Porque, no final das contas,
chique mesmo é Crer em Deus!
Investir em conhecimento pode nos tornar sábios...
mas, Amor e Fé nos tornam humanos!

Hora certa:

Faça parte da familia: