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sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
O ANEL QUE TU ME DESTE ...ERA VIDRO E SE QUEBROU
Eu tive dezesseis anos e chorava.
Eu tive vinte anos e dançava.
Eu tive vinte e três anos e paria sem perder o riso ou a história. Sentia e suava cada fato das coisas.
Sabia, de maneira indesejável,
que a vida não me seria fácil ,
mas fui difícil diante da vida.
O que me tornou mortal.
Não soube do sal antes de chorar e, até o hoje, o doce não foi colocado em minha boca .
Remediei palavras ,
Suportei doenças e vi que nada era o que de fato parecia ser
...nada foi,nada era.
Suei, suei inerte na procura dos meus 30 anos e errei como erro aos quase cinquenta.
Minha sina é não desistir.
Minha sina é persistir no acerto.
É ter de frente as falsas verdades .
Eu tive dezesseis anos e a vida me mostrava um mar de ondas num pontal que não existe.
Eu tive dezesseis anos e os meninos eram lindos e não me olhavam.
Eu tive dezesseis anos natos, natiformes, desformes,humanos e iguais.
Eu vivi dezesseis anos aos trinta e nem chorei.
Carrego uma adolescência sábia.
Uma velhice do porvir
uma história de décadas pra entender
uma cisma do nada que contém tudo
uma verdade tão de mentira que eu acredito
um quase
um tudo
um medo
uma lua
um ser que já foi...
uma saudade...
um porre...
Um Caio
Um Fernando
Um eu nem faço verso
Um eu estou no escuro
Meus dezesseis anos
já se foram...
E eu ainda
Me vejo
correndo
num quintal atrás do que nem fui
Mas ...sou...só...sol...só...
Essa lua...
Que me rouba..
E que é minha.
Anos depois dos dezesseis ele me roubou
Mas ...
é minha!!!
E eu estou a anos luz...
quinta-feira, 29 de janeiro de 2015
DEDICADO A VOCÊ.
Há tempos não escrevo. Nada. Absolutamente nada. Sinto-me como se tivesse perdido a mão da escrita, a vontade de compartilhar o que penso ou, simplesmente, uma invasão de vazio que me enche desse mesmo nada.
Sei
que escrever é mais de transpiração que inspiração. Sei que
sou movida sempre por uma coisa ou alguém ,ou necessidade que parece
não se estabelecer em mim.
Não
nego que tenho visto coisas lindas e pontuais, assistido espetáculos
cuja beleza e tratamento me roubam a respiração. Mas não sei como
descrever o sentimento que eles me proporcionaram durante e depois de
assisti-los.
Fui
a lugares lindos, mágicos, todos que já conhecia, mas fui com um
outro olhar e em especial companhia.
Talvez
tenha encontrado o "mote" dessa escrita! O encontro, ou
reencontro, ou essa sensação imponderável de sentir de novo, de me
entregar de novo, de libertar essa menina aventureira que estava tão
escondida em mim, misturando matizes que eu mesma nem lembrava.
Nada
há de mais atraente que a generosidade de um homem. Um homem que se
permite ser seu, sorrir junto e dentro, tecer infinitas conversas e
ainda te cobrir com o próprio corpo que andava distraído e
esquecido. Esse homem merece um troféu de "lindo".
Esse
homem tem qualidades muitas e defeitos múltiplos. Desconfiado,
aliás, desconfiadíssimo, cheio de olhares internos, medos
transbordantes, singulares questionamentos que ele mesmo não se
atreve a responder. Humano. Emocionalmente humano, tranquilo e rude.
Faz amor como poucos, tem raras variações de desejo e sabe
perfeitamente bem como agradar a uma Oxum, Maria, Madalena, Salomé,
Penélope e todas essas "Deusas" que habitam dentro de mim.
Ele nem imagina, mas com ele eu passaria horas, dias, meses, anos e
milímetros de segundos de mãos dadas em destemidos mergulhos dentro
de nós. Ele nem imagina que quando me olha, me molha. Ele nem
imagina que passo tempos e tempos olhando para um telefone que não
toca pra conservar, dentro da minha pele já exposta, essa
adolescente que ele jura que não namora.
Não
sei não, mas desde a noite que meu olho se viu no dele, aquilo
que em quase 50 anos, pra mim não existia, cravou em meu peito uma
espécie de flecha só pra eu acreditar que o "emaconhado"
do cupido existe. Desde aquela noite um incêndio tomou conta do meu
corpo e por alguns instantes nós nos extinguimos nessas queimações.
É possível amar depois dos quarenta. Não duvidem. É possível e
dá saudades na ausência, causa impaciência, mas deixa distante os
medos, torna desnecessários certos arroubos, mas não se pode
desperdiçar a atenção, a presença, a constância...
Preciso
descobrir um jeito de fazê-lo enxergar essa Afrodite de prazeres que
há em mim. Preciso que ele não se assuste com a facilidade que
tenho de assumir o que sinto. Será que ele sabe que eu existo?
Crio
e rio do que vou desenhando como realidade. Sou mesmo um ser que
escapole aos dedos. Aos meus próprios dedos.
Será
que ele imagina que sou na medida certa, que parei de fumar por medo,
que amei outros homens e me esqueci deles, que não tenho a menor
vocação para cárcere, que me encarrego de cuidar da minha vida, mas
que não dou conta, que lembro, perfeitamente, da primeira vez que
transei, mas confesso que a última foi a melhor, que adoro Dolores
Duran, Dalva de Oliveira e Aracy de Almeida? Será que ele imagina que fico esperando uma reação menos óbvia, que a desconfiança embrutece e que o "euqueroestarcomvocê", não é pacto de "parasempre"?
Será
que ele entende que já dormi com Frank Sinatra, Chico Buarque e Tom
Jobim e que isso me tornou uma santa?
Será que ele desconfia que há lugares em mim nunca dantes explorados e ele habitou sem me pedir licença me deixando com a alma em êxtase?
Será que ele desconfia que há lugares em mim nunca dantes explorados e ele habitou sem me pedir licença me deixando com a alma em êxtase?
Tantas
coisas queria conversar, fazer versos, cantarolar.
Fico
pensando na máxima:"só se ama aquilo que não se tem".
Não quero "ter", quero sentir, trocar, nos lapidar. Quero
ver sol nascer pela janela de seu quarto no sítio, quero acordar com
o peso de suas pernas enfiadas nas minhas e tornar a dormir tranquila
por sabê-lo ali.
Na
minha embriaguez feminina, talvez eu queira simplesmente dizer que
pode valer a pena, que o que passou, passou, que pessoas são únicas
e que eu te permito dormir com todas as mulheres que existem... dentro
de mim, mas não demore tanto, pois elas são muitas e eu estou
disposta a te entregar cada uma.
Beijo
meu!
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