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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

DEPURANDO SENTIMENTOS

                                                                                              

Reconhecer no outro a sensibilidade que  ele faz questão de não demonstrar é uma tarefa árdua. Algumas pessoas parecem ter pego uma condução horrorosa para aterrisar no planeta e quando aqui chegam fazem uma questão absurda de permanecerem obtusas... Conheci uma gente assim há algum tempo e prometi a mim mesma que não teceria  comentário algum a respeito dela, mas na madrugada que me abrigou recebi uma mensagem que parecia um pedido de socorro e ,despassarada que sou, pensei que fosse engano... "Nananinaninanão". Era o moço de humor desviado perguntando se eu podia ter um dedo de prosa com ele. Tudo bem- disse eu- quando? Agora - disse ele-. Fiquei estática e completamente sem ação, pois na minha cabeça seria uma prosa pra qualquer dia e não algo repleto de urgência. Respirei fundo e disse: tudo bem.
Pularei o rumo da prosa por conta "di quê" era de um particular comovente. Escreverei, apenas, sobre as imprenções que ficaram, entende?
É incrivél a capacidade que temos de não ver o outro atrás da muralha que ele constrói. Sei que, na maioria das vezes, estamos tão preocupados em nos proteger que o que apresentamos não é defeito é defesa.
Na minha frente tinha um homem com muita raiva e medo. Tamanha responsabilidade a minha . Como dizer pra ele que a vida algumas vezes é reflexo de nossas escolhas, mas que outras vezes é inerente mesmo e que as coisas todas tem seu objetivo e que chega uma hora em que temos que pedir ajuda e abrir mão de nossos preconceitos?
Nunca pensei que fosse tão dolorido assumir a proópria sexualidade em pleno  século xxi...
Fiquei escutando cada palavra, observando cada gesto e pensando:- Por que eu fui a escolhida? Tô ficando nervosa..."
Depois de deixá-lo falar por algum tempo e escutar confidências que darão tempero pra mais de metro de postagem, convidei-o para um café e disse, entre uma passada de manteiga no pão e uma arrumada no pensamento... - Melhora quando a gente fala, vixe? e rimos.
Naquele instante, também eu, percebi que tenho muralhas em mim, que danço quase feliz mas que também tenho medo e raiva por não assumir o quanto é ruim não se ter um amor. Por causas externas o moço/homem/menino em questão engavetará mais um romance não assumido. Não ppoderá experimentar, ainda, um relacionamento. Por causas internas eu não consigo me encantar ou me fazer encantar. Pessoas temem gente de personalidade como a minha... Descobri que tenho medo e raiva também e que ,no fundo, no fundo, o que mais assombrava aqueles dois seres na mesa de café era o fantasma da solidão.
Pelo menos agora temos um ao outro...se precisar de ombro tem o meu... que, certamente, usará o teu no final e de quebra te chamará de anjo. Exatamente como você fez comigo.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

DIA DA CULTURA

SESI CAMPOS APRESENTA


ADRIANA MEDEIROS EM:





"UM DEDO DE PROSA E UMA ALMA DE POESIAS MUSICAIS"

DATA: 05/11/2011

HORA:18:00H



UM TEXTO REPLETO DE PROSA E POESIA QUE FAZ UM PASSEIO PELO COTIDIANO E REVELA, DE MANEIRA POÉTICA, AS MAIS VARIADAS FORMAS DE RELACIONAMENTO, DE ENCONTROS, DESENCONTROS, BUSCAS E RECOMEÇOS ENTRE AS ALMAS HUMANAS.


TEXTO DE: ADRIANA MEDEIROS E FERNANDA HUNGUENIN

CONCEPÇÃO DE MONTAGEM: ADRIANA MEDEIROS E ALEXANDRE FERRAN

DIREÇÃO: ALEXANDRE FERRAN

IMAGENS: CÂNDIDA CLARET

ILUMINAÇÃO: ALEXANDRE FERRAN

SONOPLASTIA: RENATO ARPOADOR

POEMA: QUEM ÉS TU / JEFFERSON SERPA


terça-feira, 1 de novembro de 2011

PRO MENINO DE 1966

                                                                                                                         

Não podemos negar que há dias em nossa vida que nascem pra nos surpreender. Sinto-me, às vezes, com uma certa distância do mundo real e claro que isso é típico dos artistas.
 Artistas românticos guardam flores dentro de livros e, acreditem, lembram-se de quem as presenteou. Não, você não me deu flores. Você nem atravessou , da maneira que eu planejara, meu caminho. Sempre te olhei de longe , de forma platônica, mas sempre soube que no dia que pudesse, fosse em que órbita fosse, prepararia meu mais sincero sorriso e te roubaria pra mim...- mesmo que fosse uma roubada-.
Assim fiz, que não estou morta nem nada, fiquei te namorando por um tempo parado -quando o tempo parece que não se move-...é bom quando o tempo se transforma em nosso aliado e nos permite viajar.
No meio de uma noite, que fique sabendo, mágica e patrocinada com melodias que me faziam rir só pra você , meu corpo atreviadamente se enroscava ao daquele "menino" que foi o meu eleito, de maneira por demais  despreocupada com os que ali estavam.
O menino que habitou tantas vezes minha cama no passado- em meus sonhos- olhava pra mim de maneira a me fazer tremer... A calma foge da gente e nos deixa impetuosamente mais sensuais. Era quase um balé o que faziam nossos olhos e é claro que vou fantasiando mais e mais... Posso fazer isso, não?
Na realidade já tínhamos nos beijado antes mesmo do primeiro beijo. É fascinante a capacidade que temos de sermos racionais quando o corpo clama o toque e a emoção fica estancada pela razão e a gente finge que não goza... Se permitido fosse, o mundo teria se congelado naquele instante e só nós dançaríamos nas nuvens que enfeitavam a noite sem luar.
Confesso que fui pra cama com teu cheiro, Fui pra cama com teu olhar. Fui pra cama com uma adolescente que me habita a alma e que foi despertada por um menino de 1966... Fui pra cama com a certeza que dá pra voltar no tempo e se encantar outra vez.
Ai, então, corajosamente deixo a vontade vibrar, apesar de um certo medo não justificado, e vou vivendo esse novidadeiro encantamento uma vez mais, já que mais uma vez fui por ele  convidada,  finjo um pouco de resistência, - é de bom tom- mas com a certeza de que será difícil para sempre negá-lo. É que o menino de 1966 fez aniversário de guerra e eu me deixei com ele confrontar...
Afinal no corpo a corpo existe um certo interesse na disputa.
Aguardo as armas que seremos capazes de usar.

Até o próximo rock !

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

DIA D

Fui apresentada a Drummond no colegial - acho que ninguém fala mais assim - e depois disso passei a ler qualquer coisa que me mostrasse aquele eu todo retorcido. Hoje sei o quanto todas as suas poesias ajudaram a construir essa aprendiz de poeta que habita o meu mim.
Agora o Instituto Moreira Sales faz uma homenagem ao poeta maior, ao poeta da pedra no caminho, ao poeta de uma cidade de milhões de habitantes e que sente sozinho.
Feliz aniversário, Carlos! Que a gente comemore com poesias o seu dia...

                                                                       
Por muito tempo achei que a ausência era falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a branca, tão pegada,  aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

domingo, 30 de outubro de 2011

SÁBADO TUDO PODE MUDAR

                                                                                    

Todo mundo espera alguma coisa do sábado à noite. Eu não. Fico em casa camisolenta entre livros, sonhos e futuras decisões.
Ontem foi dia de teatro. Savana Glacial. Texto bastante intrigante e que rendeu uma boa prosa que seguiu até às 4:00h da matina.
Há algum tempo não ficava na rua até tão tarde e, não por acaso, acabei diagnosticando, uma vez mais, o vazio que existe quando estamos no meio de uma multidão. Tudo parece tão repetitivo e as pessoas parecem mais solitárias que nunca. Fiquei boa parte do tempo observando uma gente que se atropela, se repete, se consome... me vi parecida com eles e tive uma vontade enorme de fugir para dentro de mim e senti um grave sintoma de saudades daquele por quem me encantei.
Hoje revi fotos, reli cartas, fiquei naquela ocupação de nostalgia e arrumações para ver o tempo
lentamente passar.
Nada parece muito eficiente e até a escrita está meio desconexa e lenta.Tentei jogar algumas coisas fora ,mas tenho uma tendência nada normal de esticar as coisas até o mais que posso.Faço isso até com pessoas. Vou esticando minhas relações de modo a ficar com alguns entulhos humanos presos a mim.Fico esperando sempre por uma certeza e vou prorrogando , de alguma forma, a companhia delas.
Neste sábado, em especial, decidi fazer uma limpeza e descartar de minha convivência aquela gente que emana energia negativa sobre a gente.
Ainda falta muito, mas esse é um novo começo e só de ter essa disposição já me garante um domingo de reconstrução e de deixar falar mais alto a voz do coração.

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