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segunda-feira, 13 de junho de 2011

PARABÉNS PESSOA

                                                                         

Sou muito apaixonada pela poesia desse Lusitano. Acho comovente a maneira que ele tem de falar da vida,de Deus,da natureza e das coisas mundanas.
Lembro-me de cada vez que eu interpretei seus versos e o quanto me emociono com eles e com "o tempo dos meus 20 anos..."








No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.


No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham de mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças,
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.


Sim, o que fui de suposto a mim mesmo,
O que fui de coração e parentesco,
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino.
O que fui – ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!


O que eu sou hoje é como a humidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas)
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...


No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!


Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça,
com mais copos
O aparador com muitas coisas – doces, frutas, o resto na sombra debaixo
do alçado -,
As Tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...


Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje não faço anos.
Duro.
Somam-se-me os dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...


O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...




(Álvaro de Campos)





domingo, 12 de junho de 2011

LEGIÃO URBANA

Ainda ontem estava conversando com a minha irmã a respeito da banda Legião Urbana. Legião Urbana fez parte da maioria de pessoas que tem entre 35 e 45 anos, acho.
Sempre admirei tudo do Renato Russo. Sua postura diante da vida, sua coragem e principalmente sua poesia.
A história da LEGIÃO URBANA se confunde com a própria historia do rock dos anos 80 e o surgimento das bandas de Brasília. O grupo formado por Marcelo Bonfá (bateria), Dado Vila-Lobos (violões) e Renato Russo (vocais) sempre bateu recordes de vendas em discos, lotou estádios e criou uma verdadeira legião de fãs. Renato Russo, o líder do grupo, até hoje é reconhecido como um dos maiores poetas e compositores da MPB.
As músicas dessa banda fizeram parte de minha adolescência e juventude e ainda fui presenteada com uma música intitulada Eduardo e Mônica. Como assim, se seu nome é Adriana e não Mônica ? Simples, muito simples. Namorava, nessa época ,o meu mais que amado Dudu. Éramos um casal diferente e completamente apaixonados um pelo outro. Não tivemos filhos, eu já estava estudando pro vestibular e ele tinha abandonado os estudos. Eu lia Clarice Lispéctor  e ele revistinhas de quadrinhos...éramos figuras e elegemos muitas das músicas dessa banda como nossas.
Esta semana recebi de uma amiga um email onde ela postava um vídeo com o filme "Eduardo e Mônica". Ao assistir foi impossível não verter lágrimas e fazer uma viagem ao passado. Foi impossível não me lembrar do meu Eduardo, foi umpossível não postá-lo, pra você ,como presente de dia dos namorados onde quer que você esteja.
                                                                            

DIA DOS NAMORADOS

Nem sei se vale a pena escrever sobre datas que não me empolgam. Vocês devem estar pensando...  "Que infeliz !! Fala isso por que está sozinha e em casa na frente de um computador sem ninguém..." Pode ser. Pode não ser, mas uma coisa é certa. Nunca fui ligada nessas coisas de datas comemorativas e /ou comerciais. Dou presente quando quero, digo eu te amo pra quem desperta em mim emoção, sensibilidade e vou por ai vivendo sem nunca ter abraçado Tiradentes no dia 21, beijado Zumbi no dia 28 de novembro ou dormir com um defunto no dia 2 de novembro. Ora !! Preciso seguir uma regra pra fazer parte de um grupo que fica em fila de motel para justificar "umazinha" no dia dos namorados?? Tô fora.
Adoro namorar. Acho namoro uma coisa muito bacana.Aquela fase de conhecer, se encantar, ter vontade de tocar o rosto,a mão, olhar no olho. Acho tudo lindo, de verdade.
Nesse fim de semana me presenteei com dois shows bem "enamorados" aqui em minha "Brogodó". Fiquei muito emocionada e bateu um certo saudosismo quando o 14 Bis me remeteu aos meus 16,17 anos e a "vespa fabricando mel"... Um espetáculo de luz e som. Um show inesquecível e memorável. A afinação dos "meninos" continua precisa e ouví-los foi, sem duvida, um momento de encanto.
No sábado a música continuou fazendo morada em meu fim de semana que ,mesmo sem namorado, foi romântico e intenso.
O show do Rômulo Gomes, meu amigo Rominho, foi de uma preciosidade ínenarrável. As canções e interpretações foram de uma riqueza que deixaria qualquer grande interprete de nossa música popular em pé de igualdade.

                                                                               
Escrevo isso pra dizer que , embora sozinha, fiz uma programção digna de casal e em minha melhor companhia...Eu.
Um dia dos namorados ,independente do outro, de muito amor pra você também.

Hora certa:

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