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sexta-feira, 1 de junho de 2012

POEMA EM ANDAMENTO



                                                                     


                                                                             


                 










ATRAVESSO AS MINHAS NOITES
DE MANEIRA INCONSCIENTE
COM O TEMPO
DEPOIS DA TRAGÉDIA
O QUE RESTA É SAUDADE
ANTECIPEI A MORTE
COMO QUEM TIRA
COELHO
DA CARTOLA
ESPERANÇA
É A ÚLTIMA QUE MORRE
MAS É TAMBÉM A ÚNICA QUE MATA
PELA DEMORA
PELO DESESPERO
PELA VEIA AORTA
QUE ME MUTILA
E ME CORTA
NÃO SEI SE FOI EM
TEU PEITO QUE DISPAREI
O TIRO
MAS SEI QUE O MEU
FORA ATINGIDO
E DEPOIS DE NECROPSIADO
AINDA TEIMA
ESCANDALIZADO
EM DESCOBRIR
QUEM DE NÓS
APERTOU O GATILHO...
                                                                             


                                                              DAS PRETA.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

TEMPORARIAMANETE EM SILÊNCIO

                                                                              

Há alguns dias estou em silêncio. O silêncio, algumas vezes, é minha maneira de gritar, de dissolver rastros nada dignos que ficaram marcados em mim. É meu momento de ler, reler, assistir vídeos e voltar no tempo...
Talvez seja sobre isso que queira escrever. Talvez seja necessário me escutar e assumir, de vez, esse reflexo meio desrtocido do que sou e que é o próprio reflexo do tempo, esse Deus que nos devora e nos alimenta de uma espécie de "ecstasy" natural, que é a sede de vida.
Aos vinte anos não pensamos que teremos quarenta. Aos vinte anos sequer adimitimos a possibilidade de envelhecer, de ser história, de trazer no rosto e no corpo as marcas de toda uma geração que ficou para trás.
Já passei dos quarenta e só agora me dei conta disso. Só agora vejo que meu ritmo não é mais o mesmo, que meus desejos são outros e que minha ousadia tem um outro olhar, uma outra perspectiva, uma outra aventura. Minha alma continua dançante e cheia de tempos ávidos por mais tempos. Tenho muito para ser feliz, tenho muito para conhecer, tenho muito para amar e muito para ter prazer, mas diante de uma sociedade tão preocupada com esteriotipos e com um tipo de argumento tão caro em busca de uma jovialidade eterna, acabo me sentindo fora dos padrões e, acreditem, decidi que não poderei me deixar levar por essa falsas promessas e se puder, claro, manterei minha aparência o mais saudável possível, mas não quero e não vou, em nome de uma ditadura comportamental e estética, me travestir de silicones, botox e me tornar um ser plástificado, com um sorriso constante e um aspécto de "pelamordedeus" tudo aqui é meu.
Leio tudo que me chega aos olhos. Faço "de um tudo" para me manter em sintonia com o mundo, com o outro, com o conhecimento e fico admirada com muitas coisas que leio.
Dias desses li um artigo do Frei Beto em que um dos parágrafos revelava o seguinte:
"Uma pessoa é o seu corpo. Vive ao nutri-lo e faz dele expressão de amor e gera novos corpos. Morto o corpo, desaparece a pessoa. Contudo, chegamos às portas do terceiro milênio num mundo dominado pela cultura necrófila da glamorização de corpos aquinhoados por fama, beleza e riqueza, e a exclusão de corpos condenados pela pobreza."
Talvez estajamos pobres de Deus, pobres de amor, pobres de verdades e entupidos daquilo que é trivial, que é raso, que é banal. Estamos malhando mais o corpo que a mente,estamos mais preocupados com o olhar de quem nada vê do que com o nosso olhar sobre nós mesmos e acabamos nos deparando com uma sociedade que frequenta academias em excesso, mas desconhece o número de livrarias que há em sua cidade.
Estou em silêncio há alguns dias. O mesmo silêncio de quem sente fome e medo. O mesmo silêncio de quem, ainda, sonha em se ver no tempo exatamente como se é e não dá meneira que o mundo impõe que se deve ser. O mesmo silêncio de quem está construindo um novo tempo e que acredita, piamente, na "Doida Varrida" que irá me conceder o espaço tão sonhado em um tempo de alucinações e paranóias.
Somos e existimos para dar sentido a transição pelo qual o corpo passa. Nos cabe mantê-lo em harmonia, numa paz de criança dormindo e com um desejo perene de nos expressar.
Estou no aguardo do próximo ato e tenho fé que a "Doida Varrida" venha pra me fazer quebrar esse silêncio, essa fome e esse medo.

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