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terça-feira, 23 de outubro de 2012

RESPOSTA AO TEMPO

Não imaginava, não no séc. XXI que ainda existisse aqueles cadernos que guardam questionários tão usados nos anos 70. Pois bem, eis que me deparei com um desses nessa semana. O encontro me jogou no centro do meu universo esquecido. Tudo ganhou um "que" de nostalgia- que em mim não é vago- que até de algumas respostas para determinadas perguntas me lembrei e, confesso, meus olhos marejaram por não ter em mim, por mais tempo, aquela menina que às vezes espia em meu olhar.
Entre um comentário e outro durante a aula tentei usar desse artíficio para trabalhar o conteúdo que seria aplicado e, de repente, não mais que de repente, uma aluna falou:"professora!! responde pra gente" e isso torno-se um coro de "responde, responde, responde...". Ri, ri deles e de mim, ri por ver na minha frente, uma gente que daqui  a alguns anos estará sentada sem lembrar mais do seu caderninho "questionário", ri porque lembrei de meus amigos de escola, ri por ter imaginado, como eles, que tudo é eterno...
Bem, não colocarei as perguntas aqui ,mas tentarei reproduzir algumas coisas que, radicalmente mudaram trinta e poucas anos depois.
Meu nome é Adriana, também me chamam de Preta. A idade é aquela que o lugar me exige ter. Agora tenho 14. Libriana, ecumênica com forte inclinação para o espiritismo, gosto demais, demais de gente que gosta e respeita gente. Não diria apaixonada, mas encantada. Medo de não acreditar em mais nada ou ninguém, de perder a pureza, de andar sem amigos, de não ter quem beijar.
Adoro carangueijo, camarão,ovo mexido com feijão e banana maçã (rsrsrs). Meu marido, Chico Buarque (rsrrs) Bibi Ferreira e Nanini. Rio de Janeiro/Lapa. Verão em Ipanema. Meu filho Caiã.Atafona/Pontal. Minha mãe e meu irmão. O Rock in Rio 85 - esse existiu de verdade- e todas as vezes que estive no Sambódromo. Nossa!! em Arraial do Cabo, eu tinha 19, 20 anos...rsrsrs. Teatro, música e livros. Vinho, um bom vinho tinto português. Adoro, adoro, mas tive poucos namorados. Tenho muita, muita preguiça de sofrer e isso me coloca em estado de vigia, mas de quando em quando me deixo ser levada pelas mãos de quem me deseja. Não mudaria nada, foram minhas escolhas que me tornaram o que sou e, gosto do que vejo e do que acredito. Gente corrupta, mas não apenas no sentido de política, gente que corrompe sentimentos, que humilha, que aniquila quem está por perto,gente que se julga superior e arrota uma fétida mania de expurgar suas palavras e ranços  gente leviana com o coração alheio, que menospreza, que guarda rancor, que não chora. Detesto gente que tem dificuldade pra se assumir. Romance, um pouco de ficção. Mais biblioteca que museus. Fotos, muitas fotos, de tudo e de todos. Índia...um dia eu irei. Saltos!! Altos!! Batom, máscara para olhos e delineador. Saias longas. Meus seios e minha boca. Do olhar e das mãos (principalmente do que faço com elas). Não se pode ter saudades de um tempo tão massacrado pela ditadura. Gosto do que se pensava e se construía naquela época, mas a época é triste. Anos 80.
Quando eu, enfim, crescer... crescer...rsrsrrsr!! Quero ser uma mulher que tenha um enorme prazer de ser o que é, quero fazer escolhas que ajudem no meu entendimento, não quero cultuar carência nem fracassos e nunca, nunca abrir mão de mim mesma...isso é crescer. Acho que já cresci!!


segunda-feira, 22 de outubro de 2012

SIMPLES



Depois que eu te pego
pela mão, querido
eu me atrevo no traço
e reinvento um destino
como quem gira na vida
um compasso.

Depois que me dispo, no leito
E te vejo passeando no tempo
Te sinto em minha anarquia
Faço, com você, uma espécie de trato
Descubro que me deixo perder em teu corpo
Porque é em mim 
Que me acho.

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