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quinta-feira, 8 de março de 2012

MULHERÍSSIMAS QUE SOMOS

                                                                                   
Lenta, muito lenta e com um sono de tirar qualquer um do prumo.
Nunca gostei muito de pontuar datas, mas não escrever sobre esse dia seria uma falha enorme e eu mesma me cobraria depois.
Nascemos, nós mulheres, com uma espécie de radar que não funciona algumas vezes por nossa própria sabotagem. Escrevo isso para dar partida a algo que ronda minha mente por esses dias que é a vantagem de ser mulher, ou melhor, as vantagens. Algumas delas é o fato de não broxarmos, de termos certeza de que o filho gerado é nosso, de usarmos salto alto sem perder a pose, de conseguir, com olhos rasos d'água ,convecer o outro daquilo que nem sequer acreditamos só para provar a nós mesmas a nossa astucia. Ser mulher é algo que transita entre o trágico e o mágico, somos campeãs em dramalhões e rimos depois que fazemos uma cena, somos adoravelmente ternas e só não nos fazemos eternas para aqueles que teimam em passar pela nossa vida de forma rasa e covarde.
Não há no mundo um ser que caminhe com tanta leveza e certeza, com tanta ousadia e temor, com tanto sonho e determinação. Somos uma infinidade de coisas e sentimentos e, é exatamente isso que nos torna especiais - as possibilidades de sermos um monte de coisas e sermos femininas até como frentista de posto de gasolina.
Na dança que o mundo nos impõe passamos valsantes e sem perder o rítmo. Damos peito ao filho como alimento e amamentamos de prazer , no mesmo peito, o nosso eleito. Temos peito para isso, fique sabendo.
Nada nos impede de virarmos o pescoço demonstrando um descaso que nem existe, somos dissimuladas com  intuito de sermos meio que desligadas...puras armas de sedução.
Tantas coisas somos, tantas histórias tecemos que neste dia dado a nós devemos festejar as mulheres que trazemos na alma: a santa, a puta, a doida, a menina, a bruxa, a bailarina, a poeta , a faxineira, a amante, a médica e aquela que para sempre nos levará guiada pelas suas mãos... a sonhadora.

quarta-feira, 7 de março de 2012

DAS ESCOLHAS

Aprendi, com o tempo,a ler coisas nas pessoas que elas não revelariam por vontade ou por desconhecer nelas algumas atitudes. Na maioria das vezes sei quando a pessoa está dissimulando e tentando fazer o outro acreditar que ela é vítima. Sou desconfiada. Desconfio muito de todos e , certamente, todos desconfiam muito de mim.Não acho que seja injusto ser assim. Não acho que seja defeito. É defesa mesmo e pronto.
Estou me defendendo, talvez esteja errando, talvez esteja me precipitando, mas digo sempre e repito- tenho uma preguiça enorme de sofrer- então antes que essa probalidade vire estatística, dou um pulo para a outra margem e atravesso qualquer espécie de purgatório futuro.
Ando me permitindo pouco ultimamente. Ando me divertindo mais exatamente por isso. Tornei meu estágio de ser ímpar algo prazeroso e fico arisca quando alguém me tenta remover dele. Não ignoro minha condição e nem considero que seja tranquilo me manter assim, mas convenhamos que dá menos trabalho ficar só.Tem gente que parece ostra, de tanto que fica envolvida por ela mesma. Gosto de ostra, mas dá muito trabalho para comer e eu tô querendo algo menos complicadinho, entende?
Estava assim...só- aliás, estou só- até que um olhar me perseguiu numa noite dessas me encontrando naqueles dias de guarda, com um humor que não era o meu e completamente ensimesmada diante de várias situações que aconteciam no ambiente. Fui grossa, mas abri mão de minhas rasas convicções e dei uma trégua ao moçoilo enviando para ele meu número de celular. Passei dois dias de sublimação, joguei fora todas as minhas armas e me distraí das coisas todas que não me são essenciais, inclusive o medo de me envolver, mas o que é mera distração? O que é essencial? Que segredos há no dia que acorda que não nos poupa de mais uma ilusão?
Vivi dois dia mágicos, mas uma falta, uma jogada mal pensada é cartão vermelho para mim. Estou com medo de estar equivocada, mas podem me pedir tudo menos que eu não erre.
Detesto descaso, distração bestial, ou falta de cuidado. Detesto esperar e, é por isso que não teço espectativas de nada.
Sei que não me compete escolher a duração das coisas, mas a profundidade de cada uma delas é que me fazem encontrar as minhas escolhas e, se posso escolher, escolho o que seja muito porque "pouco pra mim é tão pouco e pouco eu não quero mais."

                                                                     

terça-feira, 6 de março de 2012

YES, WE CAN !!!!

Ando tão à flor da pele que até um latido me faz chorar. Há dias que estou assim... pensando bem há mêses que estou assim- em todos os sentidos. Estou me saindo mais manhosa do que criança cujo o pirulito lhe foi roubado. Choro por tudo e por todos e inclusive por mim -"obóvio"-.
Não escreverei  como de praxe, pois a postagem já vem pronta de um site que acabei de ler. Estava pensando se devo ou não prestar um outro concurso e no meio desse pensamento me sabotando um pouco, pra variar. Tenho essa ridícula capacidade de me sentir inferior e quando estou com a sensibilidade aflorada é bem pior.
Mas a porrada veio em forma de sacode, de superação, de desejo e fé me deixando claro mais uma vez que tudo está sobre o nosso comando e manutenção.

Jovem com Síndrome de Down passa em universidade federal de GO

Kallil Assis conseguiu passar no vestibular da Universidade Federal de Goiás. A faculdade de Geografia fica em Jataí, no interior do estado.

Kallil chegou com a irmã para o primeiro dia de aula e no caminho já encontrou amigos. Em sala, da primeira fila, acompanhou a apresentação dos professores do curso de Geografia.
A faixa de parabéns ainda está na porta da casa da família desde o dia em que saiu a lista dos aprovados da Universidade Federal de Goiás. Teve até festa para comemorar essa conquista. “Valeu a pena o apoio que a gente deu para ele. É uma superação, porque muitas pessoas ainda têm preconceito com a Síndrome de Down”, diz a irmã do garoto.
Na infância, Kallil estudou apenas dois anos em uma escola especial. Depois os pais decidiram que ele iria frequentar um colégio que oferece ensino regular. Lá, Kallil aprendeu não só a ler e a escrever. Foi frequentando a escola e se relacionando com outros estudantes, que ele decidiu dar um passo importante na vida de muita gente: ir para a universidade.
“Isso é um exemplo para a sociedade em geral começar a observar essas pessoas de uma forma diferente. O mercado de trabalho tem que pensar nessas pessoas como pessoas ativas, que elas conseguem ter sua condição de sobrevivência”, acredita Márcio Freitas, ex-professor de Kallil.
O maior orgulho da família é que ele concorreu de igual para igual, não teve uma correção diferenciada, um procedimento comum para candidatos com necessidade especial.
A família torce para que outros portadores da Síndrome de Down sigam o mesmo caminho. “A gente gostaria que não a imagem do Kallil, mas a situação servisse para contribuir com os outros pais que vivem a mesma situação. Para que eles possam acreditar em seus filhos, investir em seus filhos”, diz Eunice Tavares, mãe de Kallil.

Com livros achados no lixo, catadora passa em vestibular no ES

Ercília foi proibida de estudar pelo pai, mas superou as dificuldades.
Ela foi aprovada no curso de Artes Plásticas, na Ufes.


"Obrigado Deus por esse presente, pela luta e por mais essa conquista". Essas foram as palavras escritas pela catadora de lixo Ercília Stanciany, de 41 anos, que foi aprovada no último vestibular da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), para o curso de Artes Plásticas. Apesar de ter interrompido os estudos na infância após terminar a 4ª série do ensino fundamental, depois de adulta, ela continuou a estudar pelos livros que encontrava no lixo.
A família de Ercília residia em Belo Horizonte, em Minas Gerais, mas há oito anos se mudou para o Espírito Santo. Foi nessa época que ela, sem alternativas para ajudar a sustentar a casa, resolveu ganhar a vida catando materiais recicláveis.
Ercília Stanciany foi aprovada no último vestibular para o curso de Artes Plásticas (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)Ercília Stanciany foi aprovada no último vestibular para o curso de Artes Plásticas (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)
Meu pai dizia que eu nunca seria nada"
Ercília Stanciany, catadora de lixo aprovada na Ufes
Ela explicou que o pai a obrigou a parar de ir à escola quando criança para ajudá-lo na marcenaria que trabalhava. "Meu pai falava que de forma alguma eu iria estudar e ainda dizia que eu nunca seria nada na vida", disse.
Livros no lixoNo lixo, ela encontrou muitos livros e um cartaz que anunciava um curso para jovens e adultos em escolas públicas. Ercília se matriculou e, apesar das dificuldades para ir às aulas, se formou no ensino médio.

Uma conquista seguiu a outra, já que no último vestibular da Ufes a catadora foi aprovada no curso de Artes Plásticas. "Quando fui assinar minha matrícula eu tremia. Saí de lá emocionada. Cheguei no ponto de ônibus e perdi até a noção de como chegar em casa", contou.
Sobre arte, Ercília é familiarizada e, desde jovem, desenvolve o talento de fazer pinturas em tecido. Sem dúvidas, a maior arte que sabe fazer é transformar a dificuldade em motivação.

segunda-feira, 5 de março de 2012

DA FESTA DA CARNE








                                                                           

Essa é minha primeira postagem pós carnaval. Tanto já me aconteceu de lá para cá que daria um livro.
Como de costume passei meus dias de "festa da carne" no Rio - cidade que , na minha opinião, tem um carnaval mais verdadeiro. Claro que vi coisas maravilhosas, que sai em blocos nostalgicos, que vi gente mijando na rua, que me embriaguei de saudades e que , felizmente, conheci um monte de gente nova, mas nenhum Pierrot que tirasse essa Colombina do escuro... Fazer o que, ne?
Assisti aqueles desfiles de "um tudo", como dizia a minha vó, com o olhar voltado para a infância onde a chegada do carnaval era aos poucos e as pessoas se vestiam de mascarados sujos com muita clareza nos olhos. Nos rádios tocavam marchinhas e muito samba enredo que eram acompanhados pela felicidade sem tamanho de minha mãe. Ela brilhava com aquelas estrelinhas em volta dos olhos e um vidro de lança perfume nas mãos que lançava nos pescoços dos outros e, vez por outra tombava meio tonta em algum lugar. Eu me ria inteira, enfeitava com qualquer coisa minha cabeça e rezava pra crescer e poder ir aos bailes noturnos nos clubes de minha Sucupira.
Existia uma magia que não vejo mais. Não vejo faz é tempo, mas não queria assumir, não queria perder a festa interior que causa em mim essa brincadeira. Hoje o carnaval é um jogo narcisista, individualista e competitivo. As moçoilas de família vendem a alma para exibirem seus corpões sarados a base de muita bomba e esquecem dos confetes e serpentinas.
Parafraseando Jabor, o carnaval deixou de ser vivido para ser olhado. Isso é verdade, pois nem música de carnaval toca mais - o que ainda encontro em alguns blocos do Rio, graças a Nossa Senhora do Carnaval.
Carnaval sempre foi sexo, não dá pra disfarçar, mas havia uma certa inibição no ar, uma certa fantasia para compor as alas e não perder o enredo, uma determinada harmonia pra não desafinar, saca?
Hoje tá tudo perdido, o carnaval desglamorizado e eu pelas ladeiras tentando ser a essência do carnaval, pode?
Mas valeu. Não dá pra se ter todos os sonhos realizados, mas realizei um. Desfilei na minha escola querida. Vi Cacique de Ramos e a Mangueira num só coração, vi beleza pulsando em todos os cantos da Sapucaí e, vi meus olhos voltados pra minha bandeira branca me fazendo entender que a vida é a arte e que ela existe porque a vida precisa de arremedos pra despertar nossa dança interior.

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