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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A PELE QUE HABITO

                                                                           
Almadóvar é aquele tipo de gente que está sempre surpreendendo, embora haja quem discorde. Seus filmes trazem a temática da sexualidade abordada de maneira estonteante.
Acabei de assistir ao filme "A Pele que Habito"e, estou sem fôlego. Do começo ao fim o filme prende a atenção e nos deixa ser levado por diversas possibilidades.
O protagonista, Antônio Bandeiras, interpreta um cirurgião plástico obcecado em vingar a morte da filha e que trás, também, em seu fardo, a morte da mulher.
Há tantas perguntas escondidas nos atos/respostas que o filme evidencia a presença de um moderno Dr. Frnkenstein que tenta recriar sua mulher através da ciência.
É um filme de terror, é um filme excitante, é um filme que beira a loucura, mas não possui gritos, músicas de suspense ou qualquer outro elemento externo se não as interpretações irretocáveis dos autores.Suas interpretações causam um certo desconforto, pois beiram ao imaginário do que, na verdade,  poderia ser.
Repleto de lâminas -que cortam e matam-, armas de fogo -que perfuram e matam- cada um desses objetos são utilizados para a finalidade de dar fim a vida.
A Pele que Habito é um filme onde há mais que pele. Há falos de vários tamanhos e estão lá para serem usados como que para dar sentido a uma virilidade atormentada.
A Pele que Hábito está remoendo em meu interior com sua mostra de tendências inusitadas ,com suas possíveis leituras psicanalísticas e com essa louca sensação de que ao assisti-lo percebemos que nós, os humanos, vivemos na linha do abismo.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

CRIOLO

Dias desses estava assistindo um programa de tv, quando de repente a minha atenção foi tomada por uma voz que soava tranquila e firme ao mesmo tempo e fiquei abismada com a figura que estava ali, na tela, como se estivesse sentado comigo em uma aconchegante almofada.
O rapaz falava de música, ou melhor, de rap que é um gênero músical que é mais para o canto falado, que é quase um cantador de histórias. Era isso que ele era, um cantador de histórias dono de um voz e uma beleza inexplicavelmente estonteante, dono de uma fala rara e de uma ousadia suave que , confesso, nos meu quase meio século de existência terrena jamais vira. Fiquei doida, doida ao ponto de sair e correr para a única loja de CDs de minha cidade e quase ter uma síncope quando o vendedor me respondeu que não possuia o album "Nó na Orelha" do meu novo eleito. Sai da loja desesperadamente infeliz, pois a voz ainda estava em minha mente, mas seria esquecida se não fosse rapidamente atiçada.
Alguns dias se passaram e eu danada a pensar nos versos que ouvi do "menino com cara de Bem": -Pai afasta de mim a biqueira/ afasta de mim as biate/ afasta de mim a cocaine/ pois na quebrada escorre sangue- parafraseando a música "Cálice" do meu agora quase insubstituível Chico, que em seu show respondeu ao rap com os seguintes versos: "-Era como se o camarada dissessse: Bem vindo ao clube Chicão, bem vindo ao clube. Valeu Criolo Doido! Evoé, jovem artista. Palmas pro refrão do rapper paulista.-
Ele, o meu predileto, um dos mais cultuados da MPB, retribuá a homenagem do menino que acelerou meu coração e desmistificou, de vez, qualquer achismo meu a respeito desse gênero musical.
Fiquei pensando: de onde se procede a cançaõ brasileira ? e foi simples descobrir...da fala. Procede da fala e a fala do Criolo é radical e pensada, ela emplaca, ela tem postura e algo para dizer porque não camufla em nada a sua origem verbal.
A cantação de história desse menino é precisa e nada casual, tem um olhar no real e consegue nos fazer sonhar, coisa mais que bonita de se ver e é por isso que deixo de presente pra você escutar e se encantar.

                                                             

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

COMEMORANDO A VIDA

                                                                         

Estive em Atafona no fim de semana passado. Acho que já manifestei diversas vezes a minha paixão por esse lugar. Atafona continua quase que a mesma não fosse a fúria do rio que,definitivamente, decidiu que nesse verão não poderei bebericar minha cervejinha em frente ao bar de Neivaldo no Pontal.
A água está quase dentro do bar,o que acabou arrastando uma gente diferente e curiosa para lá. Que pena, gostava quando parecia um lugar só meu, sem muitos espectadores de difentes olhares, mas fazer o que, né?
Bem voltando ao início do que foi meu fim de semana, entre outras coisas, teve a casa de Lulu, viola na casa de Lulu é diferente de qualquer coisa que possa existir no mundo. Viola com Lula, bandolim com Faico e flauta transversa com Lulu e mais outros violões tocados por quem não sei o nome e mais um monte de energia boa,  é de matar. Tive momentos de tamanha ternura e afetividade que queria poder segurar o dia que teimava em nascer só pra acabar coma a magia daquele instante.
Tive uma visão tão generosa da vida. Descobri que muito me agrado com minhas escolhas e que alguns acontecimentos fazem a diferença. Mantenho em Atafona um caráter desestressado e a palavra solidão é banida de meu repertório até quando estou só. Não há solidão quando nos bastamos, quando nos amamos, quando sabemos que fazemos parte da não escolha do outro. Não pode haver desistência de se entregar ao tempo, de se fazer importante e essencial como a noite, madrugada e comecinho da manhã de domingo.
O que tinha naquela de noite de mais especial eram as gerações que se misturam numa mesma varanda para curtir o mesmo som, saborear o mesmo vinho e descobrir que a arte não é só para nos distrair nos instantes de folga. Arte é para comemorar a vida !

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

DE VOLTA

Depois de um longo e sagrado retiro- dentro e fora de mim mesma- estou ensaiando para retomar minhas divagações lexicais.
Tenho muitas, muitas, muitas histórias para contar, mas terá que ser feito dentro do meu tempo que ficou ainda mais maluco depois que voltei de Trindade. Trindade é um paraíso bem pertinho de Paraty onde o sol e o céu possuem um aspécto diferente e mágico, um lugar pra se deixar ficar, um lugar pre se apaixonar por si mesmo, um lugar para se religar e escrever, e fazer trilha ,e fazer nada que é um exercício prazeroso por demais quando se está num lugar como aquele. Lá, Deus apareceu para mim sem marcar um tempo, sem questionamento, sem especulações. Deus tornou o meu barato de me reconciliar comigo possível, me fez chorar de emoção, sozinha, no meio do nada que era tudo e me enviou poesias novas de forma inesperada e que estão ainda rondando em minha mente.
Lá estava Deus ,de frente para mim, no mar... nas trilhas, na chuva, na música de um Pub noturno, nos bons papos com Negão e Nanda.
Nesse passeio acabei descobrindo, mais uma vez, que a forma mais criativa de gastar o tempo livre é ficar livre para descobrir outros lugares e ficar tão relaxado como se estivesse o dia todo dentro de um ofurô (delícia!!).
Há tempos não me sentia tão feliz, tão aliviada, tão segura, tão eu e leve.
Você deve estar se perguntando o porquê disso tudo e a resposta é simples, muito simples...por nada, ou melhor, por isso tudo.

                                                                        

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