Talvez esta seja minha última postagem do ano que se finda. Talvez não. Talvez o ano nem termine...talvez eu traga as mesmas dúvidas que você. Talvez não. Os próximos dias serão iguais, feitos de dúvidas e de razões, de esperanças, insônias, inquietações e achismos. Escrevo e escuto Dolores e suas dores, Nelsom Cavaquinho e seus apelos de amores pra serem esquecicidos.Há uma súplica em ambos que me entristece por tamanha beleza..."ninho de amor vazio" dói, mas nos faz ter a certeza de algum instante ocupado e possíveis futuros/presentes guardados. Escrevo, leio, faço outras coisas enquanto isso e dentro disso rio e choro me despedindo dos dias do ano que se vai e vai... e fica em mim a certeza de que muito ainda não mudou, muito ainda é ressaca, muito ainda é fantasia por vir, muito é muita de muita saudade que, se fica, é porque foi presente.
Sinto-me introspectiva olhando a cara dos dias que se foram. Gosto desse momento meu de solidão e compania de mim para mim, mas me dobrei aos instantes que me foram ou me eram sem que nunca tivessem sido de fato, saca? Uma certa ironia do destino que traçamos e que alguém nem viu. Há algo no fim do ano que me remete ao meu dentro que já "tá por fora" para muitos e , ainda assim, me vou para a próxima temporada de competições, desilusões, pois a vida, também , é feita desse tipo de atropelo e /ou afago que trago no meu intervalo de vida.
Preciso enfrentar a piaração dos dias futuros. Preciso ser artista no palco, realista na vida e eu mesma nos dois lugares. Trabalho hercúleo, acredite, pois há em mim mulheres que só eu conheço, não porque me escondo, mas o outro nem me dá tempo de me conhecer devido ao fato de que quer muito , mas sem o trabalho da conquista, do desvendar, do aprimorar , do se afinar.
Hoje , mais que sempre, mais que nunca estou desenhada de música e , acredite, a melhor de todas delas.
Deixo pra você o que me invade, o que me faz calar.