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quarta-feira, 5 de outubro de 2016


Quando eu nasci,
Uma Oxum Apará,
Dessas que nascem
Da união entre Xangô e Obá
E carregam espelho e espada nas mãos,
Disse: Vai ser artista/poeta na vida!

Não sou tão poeta
Mas sei interpretar
Visto-me de ouro e rosa
Sou calma e agressiva
Depende daquele que me encarar

Aprendi a ser como os bambus
Das cercanias das cachoeiras
Envergo, mas não me dobro.
Temo as coisas que não vejo
Combato cada uma com a espada
Que me foi dada e deixo meu inimigo
Olhar no espelho de meus olhos
E saber que, pra mim, ele não vale nada.

Danço pra quem quiser
Sorrio como o rio que passa
Sou de Ogum a mulher
Em meu corpo reina Iansã
Seis meses guerreira
Seis meses Oxum em sua doçura
Mas não me venha com branduras
Nas águas dos rios, sei mais que nadar
                                                                                                            
Eu podia fazer de mim outra escrita
Esconder-me em templos mais aceitos
Fingir ler uma gênese que não decifro
Mas esses mistérios
Mas esses tambores
Esses oris
Abadás
Pombas Giras
Pretos Velhos
Exus
Pontos e Panos
Me deixam girando
No mundo
Fazendo uma África dentro de mim

Oré yeye ofideriman!


   


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