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terça-feira, 15 de outubro de 2013
PELO AVESSO
Quando entre nós havia
Apenas o que trocávamos
Quando o futuro era o agora
Quando o passado ficava na memória
A vida nos saltava aos olhos
E falar nos era permitido
Mas... inventamos o presente
Para nos aprisionar distantes
Pegamos o trem para lugar nenhum
E mergulhamos no oceano
De esquecimento
Patrocinado pelo medo
Pela confusão
Pelo silêncio
-rompido por mim-
Pela sordidez que nosso racional libera
E eu embarco no navio
Atracado em pedras
Que desequilibram minha viagem
Nem rio
Nem mar
Em minha paisagem
Apenas essa tremulação de respiração
Que faz saltar a minha jugular
Desativa minha aorta
Me incendeie
Depois de morta
E nas minhas retinas perpetua um fiapo de luz
Pra brindar o desencontro
Embriagada o desejo ainda
Me afronta
E me joga na cara
Um arco íris de saudades profundas
Enquanto, em vão,
Procuro não me asfixiar
Nesse cheiro seu
Que sacode as cortinas da casa
Enquanto me viro pelo avesso.
Das Preta
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Com o correr do tempo consigo imaginar que está sucumbindo sua vontade. Estou esperando o adeus pra me manifestar. Por enquanto te leio e penso...que porra é essa?? Tá ficando trágico esse negócio, mas eu gosto.
ResponderExcluirTe lendo e tentando entender esse ser.