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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

DOIDA SENHORA


                                                         
Eis que a liberdade,
Essa senhora sem honra
Me aprisiona o peito
Trancada em mim
Na espera de uma chuva preguiçosa
Que não molha sua terra e me mata.
O que me aquece a noite
Nem é seu corpo
Nem sua alma
Uma lembrança injusta do ontem
se ajusta a minha cela
Há um mistério
guardado em você
Será eu?
Meu corpo quente se esfria e
dói.
Nuvens tão pesadas flutuam no ar
Lua não há
O cheiro do mato
O sonoro canto dos grilos...
Em minhas retinas tudo
Em meu peito
Uma angústia
Uma companhia ausente
Uma ausência
e teus olhos dentro de mim
Antes , durante e depois do gozo
Numa saída demorada
Um riso no meio
E meu corpo que dói
Outra ilusão
Outra vontade de morrer nessa pequena morte
que é o prazer
Eis a liberdade
Essa doida senhora
Que me deixou presa a você.

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