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terça-feira, 8 de outubro de 2013

ENTÃO...

                                                     
                                                               
Ele ressurgiu em minha vida ontem, mas talvez nunca tivesse saído de mim. Eu é que ingenuamente me imaginei feliz e esqueci dele.
Ele ressurgiu no meu delírio de pecado. Pecado por ter pecado e perdão por ter pecado. Conversei com Deus ontem, no escuro de meu quarto pra que ele não visse meu rosto tão exposto, tão desconsolado. Não pedi a Nossa Senhora que intercedesse por mim e decidi, eu mesma, ter  minha conversa com ele e fui... desfiando um rosário de perguntas que as respostas, todas, já me fazem pertencimento.
Dias desses viajei, mas não fui sozinha. Levei comigo a ousadia, a delicadeza fora da mala,  mas junto disso tinha a sacanagem e a esperteza de quem te tira, num ínfimo, o que pode, acreditando que você não percebe e nem vê. Sei que quando permitimos ao outro fazer parte de nossa estrada estamos também considerando que em algum momento pode haver desistência, mas a esperteza é desistir depois de se tirar o que se quer, de não pensar que as contradições ressoam e que reverberam no dia seguinte.
Já mudei de pele tantas vezes que sei exatamente qual caminho tomar, sei que não tem sentido arrastar correntes por fantasmas criados ou idealizados por nós  e tenho o conforto de transitar dentro de mim com a certeza de que não fui leviana com o outro, que mantive meu caráter no ponto, que presenteio sem esperar nada em troca, pois se é troca é de graça e, sendo assim, tem graça e leveza, palavras que podem, como todas as outras, ganhar interpretações de outras maneiras, mas pra mim são o que são.
Conversando com Deus ele me revelou coisas que não saberia explicitar. Jogou-me na cara meus repetidos erros, tristezas pessoais, fracassos amorosos, incertezas de toda ordem, mas eu na minha convulsão desprendida disse que me entrego apaixonadamente a tudo de novo, fico novamente menina/mulher/amiga/amante. Deus me fitou com os olhos mais calmos do mundo, puxou minha cabeça, encostou no seu ombro e soprou em meus ouvidos..." sabe aquela música que você gosta? o amor é igual a ela... um dia para de tocar." Disse e ficou olhando pra mim com aqueles olhos de sol a me trazer esperança. Disse e saiu voando pela janela do meu quarto enquanto eu, cá dentro de mim, lembrava da canção primeira, do olhar primeiro, do beijo primeiro e vi , que na verdade, nem lembrava mais. Não se pode manter um "encontro", seja como for, no oportunismo, na unilateralidade, na viração. Não se pode seduzir todo o tempo, dizer que te amo pra iludir, falar sem se comprometer, meter, meter, meter e não sentir. Não dá.
Hoje não vejo outra palavra para o que vivi, senão criancice, mas sei que não estou sozinha, que também não sou dona do nariz, que trabalho arduamente pra ter o que tenho, que divido o que posso, com quem posso e quando quero e não vejo o outro como um produto em promoção, logo, espero que não me vejam em uma prateleira sendo liquidada por  já não ter vinte e poucos anos. Tolice pensar que mulheres da minha idade agem por impulso... Mulheres da minha idade agem por paixão, por tesão, por vontade, agem de vontade porque podem pagar a conta , não aquela cobrada nos motéis ou bares ou entradas de festa, não...pagam a conta da vida, da decisão, da perda de tempo, da saudade que fica, pagam a conta da razão que se perdeu. Mulheres da minha idade sabem que o tempo é algo que não espera, então vivem, vivem sem medos, mesmo sabendo que o outro rouba suas energias, pois são sapos encantados, mesmo sabendo que assim eles foram educados...elas beijam, trepam, dispersam, choram um pouco e depois...depois se perfumam, usam salto, vestem  bela lingeri e constroem uma outra festa, um outro rock, uma outra folia, pois são livres!! Livres são as pessoas que não constroem suas vidas sob o alicerce alheio, são aquelas que entram e saem sem ter que pedir desculpas, livres são as que não fingem para se dar bem, livres são as que se sabem tapete voador, respeitam seus contos e não atropelam ninguém em nome de suas frustações.
Estou mais leve, mais eu, mais amavél, mais de volta, mais doida e mais bailarina nessa dança chamada vida.
Não há outra maneira de ser inteira que não seja abrir mão daquilo que não existe. Preciso resgatar toda a minha virtude distante e mais uma vez perdoar o destino por não ter acontecido dessa vez...

PS: Deus me sopra de novo nos ouvidos..." acredite, a música já parou de tocar. Sintonize em outra estação.

Lá vou eu!!!!

2 comentários:

  1. Essa é você...bem vinda de volta ao seu corpo, a sua razão ao seu ser você! Playground é uma delícia, adoro brincar, mas não gosto muito de criança dengosa e manhosa. Adoro crianças que sabem ser crianças em sua beleza em sua leveza de ser criança e assim só brincam ... sorriem e vivem ... Saúdo sua nova estação...Um brinde ao sacana do seu destino q sabiamente te elevou mais uma vez a condição de uma puta mulher...q ama...goza...ri...se fode...e grita de peito aberto...Q venha o próximo...Tintin meu Negão...te amo!!!!!!
    Rê Chagas

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  2. Oi, Poeta! Pelo jeito na sua viagem restou ingratidão, não é mesmo? Já tentou descobrir o que aconteceu? Já se leu quando escreve que não somos nada a não ser seres em busca de instantes. Pronto, você viveu o seu, és madura, inteligente, sensível e se alguém perdeu, creia, não foi você. Foi ele e eu.
    Em breve te direi quem sou...kkkkk!

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