contador de visitas
Selecione o Idioma

Postagens populares

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

EPÍLOGO

São muitas as coisas que quero postar. Não como uma espécie de diário de bordo ou uma escrita confessional, embora seja. O tempo, esse ser tão bonito, que nos direciona ao futuro e finca nossos pés no passado, tem o hábito de nos fazer perder na memória alguns instantes. Vivi dias de tanta sintonia no último fim de semana -que não foi esse último, mas o anterior- que preferi ficar com ele guardado. Porém, ontem, bateu-me uma vontade de falar sobre um instante que tive, tivemos, trocamos, enfim.
Na cama, você deitado e eu sentada, lia meus rabiscos para você. Você, todo repleto de questionamentos incabíveis ao momento que deveria ser de leveza, mas acho que dizer/ler o que queria fez-me entender um pouco mais do que ousamos ser. Abrir a porta pra que você entrasse foi o mesmo que abrir minha alma e ter meu corpo nu pra emprestar a você enquanto, na mesma nota, me entregava o seu. Naqueles instantes que tivemos, íntimos como cabe ao Deus que nos habita ,sem deformação, senti calado, lá dentro de meu mais sagrado, o tempo mais uma vez se esvaindo de mim...
Guardo cada instante da folia, da calma, do sonho dentro do sono e do sexo sem hora marcada. Guardo em mim e deixo vestígios por aqui desse tempo- que não passou- que está por aí na beira do rio ou no alto da pedra esperando um resgate pra depois do rock que se transferiu pra a terra do nunca e eu, Sininho, pude libertar por uns instantes seu Peter Pan.
Das noites que tivemos, dos amores que fizemos e do malte que brindamos fica o melhor de nós.
E se por acaso, esse mesmo tempo nos levar a perder a palvra, talvez por que um dos dois não mais queira, consiga ou possa, não permitamos que nossos olhres não mais se eternizem, nem que nosso colo não seja acalanto para o outro, deixa a vida olhar pra gente com o mesmo olhar de esperança, com a mesma certeza de que não estamos cumprindo um papel vil pra sociedade. Deixa apenas a gente ser o que estamos sendo. Cada um , um e os dois... nós, de quando em vez vivido a sós.
Se não for pedir muito...se o tempo, esse senhor que nos faz atravessar impossibilidades, nos passar uma rasteira e não nos conduzir mais ao reencontro, prometamos um ao outro que quando nos encontrarmos novamente, faremos aquele nosso silêncio absoluto e não precisaremos de nenhuma palavra, nenhuma, pra sabermos que no mar de meus olhos e no rio que lentamente corre nos teus, estarão a certeza de que no abraço que trocaremos, nossos corações juntos serão iguais como da última vez.
Que seja leve como o quarto 206.

Da série Senhorita.






Nenhum comentário:

Postar um comentário

Hora certa:

Faça parte da familia: