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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

DESFECHO

Escrevi uma postagem hoje por volta das 11:00h da manhã. Estava tendo mais umas daquela s pre/ visões que me incomodam e antes de dar por fim aquilo que ainda arde em mim, postei quase que um pedido e o chamei de epílogo enquanto aguardava o desfecho que chegou por volta das 14:00h. Não sei descrever o que estou sentindo. Talvez, lá no fundo, eu já tivesse tanta certeza dessa repetição de situação que ela não me fez sofrer mais do que o próprio do momento pede. Já escrevi diversas vezes o quanto tenho preguiça de sofrer e o quanto preciso do encontro com alguém que, de fato, o queira.
Bem, vamos ao desfecho dessa inusitada performance, ou desse tênue encontro.
Assustou-me ver que você tomou coragem e levantou a mão para mim. Hoje, depois de muitos ensaios, eu sei.,encheu-se de coragem e com o braço erguido e a mão espalmada, cumpriu o gesto até o final. Foi um gesto tão abrupto e rápido que me deixou de quatro, caída no meio da sala, como quem perde tudo e se descobre um quase nada que tudo quase é.
Talvez eu tivesse ensaiado antes o ato, mas por covardia não o limpei, não o dimensionei até a cena final.
Marquei outro ensaio, tentei novo texto. Freei para saber se era o que queria, se era esse o cenário que cabia... mesmo sabendo que no dentro do outro já acontecia.
A mão erguida em um silêncio incomum, ardia em meu rosto e, embora a distância nos fosse certa, eu podia sentir a velocidade do soco que desenhara de longe o movimento que iria fazer. Tão previsível...
A crueldade do tempo foi  ter levado todos os nossos escritos. Perdi meu alimento tão diário e tão seu.
Duas vezes os perdi.
Uma vez os levaram.
Duas vezes me roubaram a calma.
Uma vez eu o traí em mim.
Você levantou a mão no minuto exato em que a minha mão esquerda defendia meu peito, enquanto a direita secava meus olhos.
Seu gesto último foi o de acenar pra mim aquilo que sacrifica a esperança dos amantes. Seu gesto foi, num último golpe, sangrar os olhos meus.
O que me resta senão devolver o gesto e a palavra, estender meus braços e retribuir, desarticulosamente, o "adeus"?!

Da série Senhorita.




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