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segunda-feira, 19 de agosto de 2013
MEU ESTATUTO
Depois de um fim de semana sem muito entendimento, depois de me atropelar infinitamente em minhas próprias explicações, eis que decido criar coisas para mim. Decido que a partir de agora e pelo tempo que eu mesma desejar, não negarei a utopia.
Todos o sonhos terão seu valor- mesmo os impossíveis- e a cada um darei uma cor- mesmo que cinza-, tirarei do escuro minhas incertezas e deixarei de ser uma louca atrás de uma verdade que ,de verdade, nem quero ouvir.
A partir de agora a liberdade será feminina, como feminina é a palavra liberdade, da mesma forma que a palavra justiça- que posso negar sendo injusta em alguma situação-, mas será feita respeitando meus sonhos, dentro daquilo que penso, adimiro e luto a favor, dentro daquilo que consigo eleger como justo.
A partir de agora terei mais paciência, viverei uma respiração após a outra, de maneira lenta e me oportunizarei o exercício da esperança.
De agora para sempre as palavras medo e culpa são banidas de meu dicionário vida e vou vivendo um instante como se não mais existisse o outro, não terei pudor de trocar de amante, pois aos pés de minha cama eles se revezam na minha ânsia de devorá-los. Lá estão eles a olhar para mim como que pedindo colo, cumplicidade e disponibilidade. Esta semana que passou foi a semana dedicada ao Alberto- o Caeiro-, na semana anterior foi o Carpinejar- Fabrício- e nas outras muitos outros que traio, sem pudor, enquanto eles me acumulam de suas palavras me fazendo rir, chorar, pensar e repensar esse meu destino que cada vez mais é alheio a minha vontade.
Dormi com Vinícius ontem..."Nasço amanhã/Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando" e acordei como se o dia há muito não tivesse começado, como se fosse a primeira vez que conseguisse entender, de fato, esse poema que me acalentou a alma e me fez despertar outra.
Encarei o novo como se fosse o que é... novidadeiro e permiti ao tempo deixar-me levar, sem contratos, sem promessas, sem real identidade, sendo eu mesma, apenas, querendo de quando em quando um riso sincero, um afeto inusitado, uma conversa de fim de tarde na beira de um rio, ou no alto de uma pedra, ou descomplicadamente por aí...simples como podem ser dua pessoas que decidiram seguir o encontro. Simples como quem desconhece em que caminhos pode-se entrar e não teme nunca mais sair por onde entrou, simples como quem apredeu, em uma noite, a conhecer o outro pelas mãos...
A partir de agora fica proibido não te deixar me ludibriar.
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