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terça-feira, 7 de maio de 2013

DEIXA FLUIR

                                                     

Difícil depois de um hiato, nada breve, voltar a alimentar esse rapaz com minhas divagações.
Esta é a minha primeira postagem do ano, esta é minha primeira vontade de escrever aqui, no blog, nesse 2013, que já foi de tantas duras perdas e sábias intenções.
Talvez não tenha escrito por falta de honestidade ou pelo excesso da mesma. Talvez por não me sentir afinada em algumas canções ou simplesmente por achar o mundo pouco matizado por um tempo.
Começo a postagem querendo dar explicações ao que não me é cobrado. Por quê? Sei lá...Por falta de assunto, por não saber por onde começar ou para, simplesmente, começar.
Viajar sempre foi meu maior prazer. Conhecer lugares e culturas diferentes, entrar em contato com um habitat ímpar, conversar com matutos e especialistas em "um tudo" como diria minha vó. Fiz , em janeiro, uma viagem a Salvador. Conheci uma gente alegre e educada, diferente de como me pintavam. Emocionei-me com tudo. Chorei com a casa de Jorge Amado, com os  terreiros que visitei no Pelourinho, com as igrejas que são indescritíveis e com as ladeiras que subi e desci. Emocionei-me com a capacidade da natureza de nos presentear com coisas tão inusitadas e belas. Nenhum por do sol se compara ao de lá ( perdoem-me os Ipanemenses), nenhuma gente é tão colorida, tão hospitaleira. Senti-me em casa.
Descansei minha alma e ri de mim e comigo nos momentos de ilusão. Mas houve algo que me deixou muda, calada, introspectiva. Em uma madrugada, em Salvador, morri um pouco. Nessa madrugada em que estava chegando de um bar, morri diversas vezes. Penso que tenha sido esse episódio que me fez podar a escrita, que me enlouqueceu de medo, que me fez ver o quanto somos tênues, rápidos e fugazes. Nessa madrugada, em Santa Maria, jovens da idade do meu filho, da idade dos amigos do meu filho, da idade que já tive e fazia planos para um futuro tiveram suas vidas ceifadas pelo descaso... Não vou repetir o que foi dito durante todos os meses que se seguiram após essa tragédia. Não se faz necessário. Escrevi porque, certamente, a minha escrita sofreu um trauma, não queria escrever sobre e não queria falar da minha felicidade. Havia eu dado uma "morrida" também.
Fico pensando nos pais desses jovens, nos amigos, em quem esteve lá e conseguiu sair. Fico pensando em como é feito esse rodízio da humanidade e, ao pensar nisso e em tantas outras coisas que o tempo nos aponta, penso que muitas vezes por descuido não cuidamos, por preconceito nos privamos, por excesso nos diminuimos. Não quero nunca, nunca me arrepender de não ter me doado, não ter perdoado, não ter beijado, não ter me encantado. O tempo de estar é agora. Amanhã é um dia que pode ou não existir. Ser é viver em cada ínfimo segundo com vontade e crença de que esse é o melhor instante e que ele não se repetirá.
Tá louca essa mulher? Não, está se deixando rejuvenecer. Quianto tempo será essa duração? O tempo que durar. Vai valer a pena? Sempre vale a pena quando a alma não é pequena...a minha é capaz de se multiplicar.
Lá vou eu de novo para um novo começo!!!
Não posso carregar traumas e medos, tristeza e desamor. Careço de conversas com humor, olhares de luz, lições de meninos e manter toda a minha alegria revitalizada. Preciso deixar-me "fluir" nesse tempo que não é quando, mas é agora.

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